José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

5.4.10

O Meu Olhar Abarcava


Da varanda o meu olhar abarcava o mar lá ao fundo da montanha, depois de esvoaçar por muitas copas de árvores e alguns tectos de casas, que não se vislumbravam à primeira vista desarmada.

Era neste palco plantado no meio da Natureza, que graças a deus ainda era muito viva ali, que me sentava na cadeira aberta ao sol e começava, continuava ou acabava os meus dias. No geral, entretinha-me a fazer pinturas com folhas, flores, materiais que colhia à-volta e esmagava entre os dedos e as folhas brancas que trouxera das europas.

Ao lado, os pássaros aproximam-se às vezes, mas q.b., e encantavam a minha concentração pois tudo estava unido e havia uma natural sinfonia no lugar. Cheguei a fazer, umas esculturas com pedaços de coisas que me tinham chamado a atenção na praia, nos caminhos que calcorreara pelas montanhas, sem parar para pensar, porque é que obedecia aquele impulso de carregar com elas. Tinha mais que fazer: as imagens eram tantas!

A varanda era para mim, o alto terraço onde o índio xamã se ergue para convocar as forças de tudo aliadas às suas forças.

E ao lado havia sempre mangas, vários frutos calados e coloridos, para onde eu olhava para olhar só as cores ou, às vezes, para trincar algo que adocicava a minha existência

e então - nessas alturas,

demorava-me a saborear as coisas da vida atirando o olhar para longe

até me esquecer






Sem comentários:

Enviar um comentário