Pintura: J. A. M. |
(…) claro que
felizmente todos os estados de espírito são vadios e não se demoram em nenhum
lugar. E o que fica em nós, é uma poeira que assenta na memória essa grande
rocha de xisto, formada lâmina a lâmina, desde o início dos tempos. Uns trazem
essa rocha, ás costas, como um talismã à vista desarmada de todos; outros,
afundam-na nas águas do próprio corpo e por lá a esquecem, sabendo que não
precisa dos seus cuidados para poder ser o que é: um lastro para o destino.
E assim, todos
os dias somos atravessados por mundos e mundos, onde vivemos mais um pouco de
tempo inscrito na ilusória viajem que até fazemos realmente.
1/06/2006
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