Série: pequenas sabedorias. Autor: J. A. M. |
Depois de viajar por muitos universos, as asas descem
mais cegas
mais frágeis
apenas dois olhos na luz possível.
Por aqui, neste mundo, à minha volta: 2 universos, apenas: o Universo do
Amor e o Universo do Medo. Cada um com inúmeras portas e janelas e nomes
encobertos e descobertos por onde se entra e sai e se volta a entrar e a sair. Quase eternamente. O círculo ou a espiral, a sobrevivência do macaco nas ilustrações da luz ou a
luz derramada em forma de cruz. Tudo inscrito, tudo escrito em todos os lados,
dentro das cabeças, na imensa água do interior do corpo, nas paredes levantadas, por
fora & por dentro, nas alegrias e na dor.
Talvez
a propósito, à dias, numa repentina surpresa com o seu quê de inopinada
iluminação, apercebi-me que a morte não acontece só aos outros. Eu também vou
morrer?
após N
deambulações entre vários registos de quem pensa que pensa e tudo neste regaço tem
1 tom incómodo e em vão, claro que não cheguei a lado algum, digamos Maior.
Mas, confesso, fiquei abalado. Eu já “sabia isto”, mas um outro de mim também
me disse que não era bem “isto” o que eu sabia. Era algo mais ao longe, uma
qualquer coisa esfumada entre os “ trabalhos e os dias ” (1) e o simples medo de tal,
digamos assim, efetiva constatação.
Regressei pois aos universos dos Amores e dos Medos. Lembrei-me das inúmeras cabeças metafóricas e mortas dos
jardins públicos do meu país (2) e coloquei a minha de lado, por simples resguardo.
De coração aberto revi o que sinto ter vivido ao longo da vida e encontrei
ilhas, memórias, abreviações, pedaços, momentos onde houve algo maior, outros
assim-assim e ainda outros, nem-por-isso.
Tenho
esta idade, varia todos os dias, 18, 25, 52, 68, 1000, 10.000 e todo o presente à minha frente. Vou
começar agora a cumprir realmente o meu destino.
(1) Poema épico de Hesíodo;
(2) representação evidente da sobrevalorização ocidental do "mundo da Razão ". E, por este caminho veja-se o "estado das coisas".
NOTA pessoal: tenho a ligeira impressão, que a maioria das pessoas, vivem o dia-à-dia como se fossem "eternas", isto é, não pensam - de vez em quando - naturalmente, que 1 dia irão morrer. Como o povo diz: "esta Vida são 2 dias". Talvez, algumas vezes 3.
Um estudo +/- recente, declarou que neste mundo, Um Milhão de pessoas deita-se e acorda morto.
NOTA pessoal: tenho a ligeira impressão, que a maioria das pessoas, vivem o dia-à-dia como se fossem "eternas", isto é, não pensam - de vez em quando - naturalmente, que 1 dia irão morrer. Como o povo diz: "esta Vida são 2 dias". Talvez, algumas vezes 3.
Um estudo +/- recente, declarou que neste mundo, Um Milhão de pessoas deita-se e acorda morto.
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