José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

19.3.23

Ainda demos as mãos, como quem uma constrói uma ponte

Pintura. J. A. M.

 

(…)As gaivotas vinham açoitadas pelo mar sem pescadores e abriam lá fora os espaços altos à procura. Eram sombras nos intervalos apanhadas pelos acasos, quando olhava de soslaio pelas vidraças húmidas do café.
Enquanto ambos estávamos num fogo adormecido apesar de não darmos por ele.
 
À-volta havia os outros, longínquas sombras, e em poucos minutos nem sombras já aconteciam. Por dentro senti metafóricos desejos de serem mais, algo que só na altura sabia: cresciam para cima e para baixo como nas árvores a seiva, nas galáxias a luz.

Ainda demos as mãos, como quem uma constrói uma ponte que agora vejo ter ficado perfeita, apenas no ar leve daquele momento.

(J.A.M.)

 

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