Pintura. J. A. M. |
Viemos de longe.
Da vagina das mães, prenúncio dos dons cósmicos, a inaudita descoberta
Da vagina das mães, prenúncio dos dons cósmicos, a inaudita descoberta
- rebentam-me os
lábios com tais palavras.
Uma luz impaciente
invade-me. Eis o prestígio do que é diário e parece comum. As ondas
desdobram-se em ondas. O mar respira, inspira, não se esforça por ser, em
vertigem, em confissão, em celebração – naturalmente.
Eis a exatidão do que em nós também é. E esquecemos.
Dissimulados nos dons, somos sempre o desconhecido lugar da saída, com todas as portas abertas.
Uma cegueira enorme escuta o silêncio, depois do confirmado enredo da vida. Estamos aqui, a palavra repete-se: “aqui” e a onda desaparece nas areias dos nossos distraídos desertos.
Inalterável esta estória refugia-se mo corpo. É o corpo que enobrece a distância, é o corpo que abre as distâncias, é o corpo que se despede das distâncias.
Ninguém perturba
ou acrescenta o teu caminho. Somente quem chamas.
E olhas á-volta e vês o que és.
Eis a exatidão do que em nós também é. E esquecemos.
Dissimulados nos dons, somos sempre o desconhecido lugar da saída, com todas as portas abertas.
Uma cegueira enorme escuta o silêncio, depois do confirmado enredo da vida. Estamos aqui, a palavra repete-se: “aqui” e a onda desaparece nas areias dos nossos distraídos desertos.
Inalterável esta estória refugia-se mo corpo. É o corpo que enobrece a distância, é o corpo que abre as distâncias, é o corpo que se despede das distâncias.
E olhas á-volta e vês o que és.
( J. A. M.)