As Janelas da minha alma. J. A. M. |
Alguém passeia-se algures por caminhos e paisagens onde há
pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de repente, por algo que o chama sem
dar-bem-por-isso e há um diamante entre as suas mãos, o olhar turva-se pelo
brilho que o sol, atento a tudo onde há vida, lhe oferece no mesmo instante e
depois há quem veja logo ali um presente, ou há quem não dê conta do
vislumbre que lhe aconteceu e continue apegado aos seus hábitos, atirando o
pequeno seixo para as águas de 1 rio que desliza por perto no seu ocaso indiferente
a tudo isto.
Os hábitos escravizam, tornam-nos cegos.
Todos os dias acontecem coisas assim, parecem banais porque são
diárias, mas não o são, não.
Nada é banal nesta vida que nos está acontecendo.
E por aqui os diamantes não têm quaisquer preços, são iluminadas
fontes metafóricas, criadas pela infindável sede que habita os profundos
lençóis da Terra. E das pessoas, também.
- Quanto demora uma idade a ser luz?
P.S. texto do Livro de Contos Lusófonos: O
OURO BREVE DOS DIAS.
( J. A. M.)
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