José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

5.8.09

Série: O(s) Grito(s) : Gripe A

- Imagem transformada. j.a.m. -


Aproximadamente mil milhões de pessoas no mundo estão infectadas por doenças consideradas tropicais negligenciadas, uma delas é a doença de Chagas. A população de risco propensa a ser infectada por esta enfermidade é de 100 milhões no mundo e uma das lacunas que existem hoje para a sua erradicação é a ausência de tratamento tanto para pacientes em fase crónica como para crianças.

É uma doença negligenciada porque a indústria farmacêutica não investe em pesquisa e na produção de medicamentos, pois não vê mercado nos países ricos.


Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a enfermidade afecta principalmente crianças. Só no Brasil, onde há dois milhões de pacientes crónicos, morrem todos os anos cinco mil pessoas.


"No silêncio, revelar-te-ei os meus segredos"

- Imagem transformada. j.a.m. -



"No silencio, revelar-te-ei os meus segredos". Nas pausas entre as frases, olha o meu rosto apenas aparentemente ausente e vê como procuro a palavra mais certa para te dizer o que no fim escutas é sempre outra coisa afinal.
Entre nós há a diferença entre 2 mundos. Por onde andaste? O que olhaste? O que viveste? E do que viveste, o que realmente ficou?
E todo este caminho vem de muito longe, não acredites na memória. Até incerto ponto somos a água que vemos à superfície, esquecendo-nos que lá por baixo há outras águas que nunca se estancam num fundo qualquer. Nesse fundo não vislumbramos nada do nosso corpo, mas ele também está lá. Como o planeta em que vivemos, temos em nós a mesma água. E é muita. E as coincidências não são. É por isso que os rios nos fascinam e os mares também.

A gente está numa praia, põe-se a olhar: aquele mar os sons ondulados das ondas a vida sempre viva daquilo e depois o céu lá ao fundo, parece parado. E nós ali até certo ponto, se o olhar no seu próprio corpo se apura é o espanto e um silêncio, outro.

- Para quê, dizer-te mais agora?


A Lista ( Oswaldo Montenegro)

Vasos Comunicantes

- foto. j.a.m. -


Qualquer ideia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro de ti se achava inteiramente nua...

MSG

- Poema Visual s/ base fotográfica da Ilha dos Pássaros, em Mindelo, Cabo Verde -

4.8.09

ONDE O SOL É MAIS PERTO (6ª dose)

- Imagem construída. j.a.m. -



(...)Por aqui o jardim está a ficar bem fresco. Vejo as gotas de água a tombarem, de folhas em folhas e depois apagarem-se no chão, onde as raízes absortas das plantas se abrem ao desejo satisfeito da sede. E as folhas cintilam sob o peso da luz que cai dos candeeiros. E são belas assim, nos seus verdes flamejantes com as obscuridades à-volta.
De repente, os repuxos calaram-se. Na superfície azulada da piscina, estranhamente ondulada,está a lua estampadamente enorme no meu olhar também eu fico maior.

- Porque é que só às vezes, tudo é tão belo, meu deus?


ONDE O SOL É MAIS PERTO (5ª dose)

- Colagem. j.a.m. -


(...) Neste Mundo, as pessoas são muitas e há muitas diferenças, mas lá pelos lados do fundo, as semelhanças são mais.
Uma vez, estive num país longínquo, fui lá parar, já não me lembro como, não entendia patavina da língua daquela gente, nada tinha nos bolsos e o que é certo é que me dei muito bem por lá. Comia, bebia, dormia, fodia, amei e creio bem que fui amado, senti-me vivo continuamente e graças a isto tudo, saí de lá,quando acabou o ciclo, cheio de coisas novas, renovado.(...)

ONDE O SOL É MAIS PERTO (4ª dose)

- "Um Céu Assim". Turquia. Foto de j.a.m. -


(...) ao invés, há pessoas que pensam & pensam tanto durante os dias e as noites, que se transformam em cabeças gigantes, com o resto do corpo ausente, que a bem dizer, para eles, só serve para atrapalhar e de útil, tem o facto de ser um mero meio de transporte. Deviam viver uns tempos com tribos de índios não domesticados, tribos africanas ainda bem selvagens, para talvez descobrirem o que há demais neste chão simples de deus, a começar pelos aromas da terra, a sábia lentidão do reino vegetal e mineral a crescerem ligados a tudo o que há de mais vivo no Mundo: a água, o ar, a paciência do sol, a vigilância da lua, as energias subtis acordadas sempre, etecetera.(...)

3.8.09

ONDE O SOL É MAIS PERTO (3ª dose)

- Monte Cara. Cabo Verde. Mindelo. Foto de j.a.m. -


(...) ouço uma nova respiração neste jardim.É o sistema de rega que acordou.Uns tubinhos anónimos, quais periscópios, levantam-se sozinhos no meio das ervas e respingam ramos finos de água à-volta. As ervinhas verdes agradecem, imagino eu.

Ás vezes penso: falta aqui qualquer coisa, uma espécie de alma mais viva mais acordada nas múltiplas direcções em que podemos colocar-nos - de coração inteiro - em relação à vida. Depois vejo como a maior parte das pessoas engolem os dias & as noites e o seu tempo nesta Terra, agindo em função dos estímulos exteriores do mundo. Para cada 1 o seu mundo de estímulos.Cada 1 inclinado sobre os parapeitos das suas janelas para os seus lados de fora. Aguardam, agem e voltam a esperar para agir, assim assim.Um dia acontece-lhes a morte e descobrem que, no fim de contas, nunca tinham vivido bem o assunto. É um estilo.(...)

2.8.09

ONDE O SOL É MAIS PERTO (2ª dose)

- esfera . j.a.m. -


(...) Há dias, muitos pássaros aninharam-se lá, apinhados em bandos e eram rolas, pardais e outras formas de aves que tinham asas em leque, caudas longas e um corpinho pelo meio.
Também aparecem por estas bandas, melros que gostam de zonas mais próximas do chão, saltitam, aguardam à sombra e depois lá vão.
Muito ao longe e apesar de tudo, felizmente ? ainda ouço os barulhos rasgados dos automóveis e parece-me espantoso, sei lá porquê, imaginar pessoas lá dentro. Tem haver com velocidades. Ritmos. Respirações. (...)

1.8.09

ONDE O SOL É MAIS PERTO (1ª dose)

- Sobreiro. j.a.m. -


Às vezes pego no bloco preto. Pego na caneta. Fico assim
horas a fio a olhar para o céu, 1 pirilampo ali outro acolá, na espessura da noite
depois,
por detrás da sebe desta casa há um sobreiro com ramos rugosos onde a cortiça respira & cresce sem darmos por isso e as folhas todas juntas formam uma cabeleira que estremece e dança, muito espaçadamente, com a aragem que vem dos lados do mar, talvez
(....)

22.7.09

Por vezes, vem outra vez

- Foto. São Luís do Maranhão. Brasil. j.a.m. -


Por vezes vem outra vez o sol, o sal, ou outra luz
da cintura dos astros, do fundo da Terra
descendo, subindo, entrando, aclarando
a cabeça que desandava sozinha
e já é outra a coisa, as perguntas que cintilam
no vislumbramento do olhar
onde cais em ti com o corpo inteiro
como uma gota de água
a recriar-se
em círculos no vazio do teu mar
dentro
dos dias todo o tempo
é redondo

e reparas nas duas mãos como se
fossem 10 os caminhos
mas logo são tantos & tantos
que te voltas a calar.

(22-Julho-2009)

A MENINA VAI INCLINADA PELOS SEUS SONHOS

- Imagem Trabalhada. j.a.m. -


A menina vai inclinada pelos seus sonhos mais íntimos 1 passo atrás do outro sobre as quentes areias brancas, enquanto ao lado as águas do lago são verdes.
No fundo de si, um barco e uma viajem por cumprir e ela já sente a voz desse outro lugar ainda obscuro a bater longinquamente no seu coração, como quem procura uma porta para entrar.
Ela é jovem e caminha pensativa sem saber claramente como a luz do dia a tenta acordar. Talvez daqui a uns tempos, ela encontre um cais onde o seu barco a espera.
- Para onde irá depois esta menina, sabendo eu que tanto ela como este barco ,são a mesma abstracta forma do seu destino escolhido?

(14-Julho-09)

14.7.09

pensamentos

- Imagem trabalhada. j.a.m. -


O tamanho das coisas têm o nosso tamanho.
Do coração a mente cria as imagens do Mundo.
Tocamos a altura do que vivemos.
Por dentro e por fora de nós, tudo é igual.
Não há ilusões, há realidades muitas.

8.7.09

pensamento(s)

- Poema visual.2009. j.a.m. -

À TERRA


- Pintura. Técnica-Mista.j.a.m. -


Vem do centro da Terra esta luz nas palavras
corpo de abundância e vertigem
onde evoluem muitas vozes
e às portas da boca
exaltam as suas âncoras.

Talvez por disciplina ou rotina ou esquiva ausência
se encontram os livros pelas manhãs
abertos ao alimento constante dos dias
sem que haja uma descoberta abismal
no meio dos infinitos textos do olhar.

Última a primeira porta dos labirintos:
São as Mãos. É a Terra.
Segredos que nos vão lembrando a procura do mundo
sob os regressos da voz em cada página.



(in, As Mãos e as Margens. Editora Limiar.Porto.1991)

6.7.09

momento(s)

- Imagem trabalhada. j.a.m. -


Coisas simples, p.f., palavras pousadas como o pão na mesa, frases espaçadas com 1 intervalo para nos debruçarmos nas suas varandas, silêncios cheios em que cada um seja um e todos, olhares que falem também e troquem apenas luzes para se manterem abertos, gestos poucos em movimentos comunicantes, eu aqui, tu acolá, estamos entre amigos, há que afugentar o medo que se instalou em tudo, meu deus, o medo que serve os tais que sugam o Mundo e queimam o sangue das nossas vidas sem tantas vezes darmos por isso.

1.7.09

OUTRAS VIDAS

- Bandas de Castro Laboreiro -

São seres que se apagam em silêncio, vestidas de escuridão entre as pedras de granito onde se sentam e a vastidão do céu para onde largam as recordações de uma vida.

À volta, as poucas ovelhas colhem ainda da terra a seiva verde das ervas. Por perto, o cão castro laboreiro, faz um círculo divagado com os olhos e instala-se descansado.

30.6.09

"SILÊNCIO INSURRECTO"

- Desenho. Rotring s/ papel. j.a.m. -


O silêncio serpenteia-se nas ondas do ar a boca da noite
abre as flores do coração curva os sons que tem sempre à
mão e o tempo habita-nos mais ao sabermos nos olhos as
sombras que se despedem das árvores onde os pássaros
acolhem os primeiros tons do dia sob o lençol verde às tantas
da manhã pelas cinco e tal ou quase assim começam
a sinfonar uma visão acesa para quem esmorece ainda é cedo
ainda é o segredo de haver um mundo contudo sagrado.


- in, Recomeço Límpido, no Centenário de José Gomes Ferreira.2000 -

DA PLANTA DOS PÉS ATÉ À RAÍZ DOS CABELOS

- Pintura. Guache s/ cartolina. j.a.m. -


Escuta
como o ar brilha em silêncio nas nossas veias lavradas e
os cometas dos sonhos transportam minuciosas luzes para
dentro da nossa escuridão, é um corpo sempre com um lado
esquecido, o ouro, dizes, navega pelo sangue entra e sai
pelos poros e o olhar torna-se o lugar das aparições,
inaugura o tempo que volta escondido sob os primeiros
sinais das madrugadas.


(in, A Primeira Imagem. ed. Sol XXI.1998)

IMGENS AFUNDADAS NA MEMÓRIA

-Desenho. Rotring s/papel. j.a.m. -

IMAGENS AFUNDADAS NA MEMÓRIA (Nº6)


Entrego ao Mundo
a forma de alguns segredos
transportados pela leveza distante
do tempo, em cada palavra eu
digo: uma vida
uma estrela que devolve a luz
e estremece no centro
dos seus contornos
deslocados destas lógicas onde
os instantes da fala
só deixam falar
o que já é transparente.


(in,A Primeira Imagem. Ed. Sol XXI.1998)




23.6.09

pensamento

(Desenho. Rotring s/ papel. j.a.m.)


"Nem sempre podemos mudar as circunstâncias

mas sempre podemos mudar

as nossas atitudes em relação a elas."

11.6.09

CIDADE VELHA. Ilha de S. Tiago. Cabo Verde

- Imagem construída a partir de fotos e pinturas realizadas no local.j.a.m -

Homenagem à Cidade Velha, uma das
7 MARAVILHAS DE PORTUGAL NO MUNDO

Poema Visual

(Imagem de j.a.m.-2009)