31.3.17
29.3.17
~~~ Vadu ~~~
~ tu que eras de uma elegância demasiado bela, a começar pela luz de dentro
que te caía no rosto e se espraiava largamente no sorriso desenhado em pontes de encontros para todos os lados da vida, foi assim que te vi no bar da Alita, no epicentro quase da Praia e do Mundo. E tu, meu sakana, vais-te embora sem um sinal apenas um qualquer aviso nem nada. Isto não se faz aos amigos. Mas. Espero-te 1 dia destes, lá nas montanhas onde vivo entre as árvores estreladas cá em baixo, não precisas de bater á porta sabes como somos ainda te lembras do pássaro que poisou no balcão entre as nossas luzes e fikou ali a escutar-nos?
(baú das Diásporas. 16º = 7)
Vadu na Cidade Velha:https://www.youtube.com/watch?v=MxSHNsFLaWw&list=PLj73tVZ6bm7We0nA5_A0Pzg7yA9IWsoXg
Msg a Garcia.
- Inconstância -
“ Não chorem mais senhoras, não chorem mais, pois os homens serão sempre enganadores; um pé no mar, outro na praia; nunca constantes."
William Shakespeare. in ,Muito Barulho por Nada.
símplices
J. A . M. ( foto trabalhada) |
" símplices: para os cristãos, as ervas medicinais deviam a sua eficácia ao facto de terem sido encontradas pela primeira vez no monte do Calvário. Para os antigos, as ervas deviam as suas virtudes curativas ao facto de terem sido descobertas pela primeira vez pelos deuses (ELIT).
Segundo Mircea Eliade, os símplices extraem o seu valor arquétipo celeste, que é uma expressão da árvore cósmica. O lugar mítico da sua descoberta, do seu nascimento - por exemplo - o Gólgota - é sempre um centro. Os símplices ilustram, pelas suas virtudes que lhe são atribuídas, esta crença(...)"
(in, Dicionário dos Símbolos. Jean Chevalier, Alain Gheerbrant) |
28.3.17
Msg a Garcia.
" andam com as cabeças no ar, prós lados
onde as bananas maturam devagar. "
.-. dr. zé kalunga .-.
De coração na cabeça.
J. A. M. ( Série: Anos 70/80 por aí ) Spirit Science. Power of the Heart.O Poder do Coração. https://www.youtube.com/watch?v=q0xU6T2pAnA&t=115s |
Msg a Garcia.
" Tyger, tyger burning bright in the forests of the night "
~ William Blake ~
27.3.17
flor astral
( poster: FlOr astral - in, " Green+you" -J.A.M.)
~~~
Secos & Molhados:https://youtu.be/MZYg1aGxOWA
a lei do boomerang
"É justamente porque ele não é competitivo que o
mundo
não consegue
competir com ele."
( Lao Tsé)
autor: J. A. M. /80 |
24.3.17
ESCULTURA ( A oliveira de Serralves)
(Foto: J. A. M. )
"Nascida no coração do Alentejo, esta oliveira com quase 1500
anos de existência, faz parte da história de Portugal. Uma oliveira que
resistiu, nas últimas décadas, ao progressivo abandono e desinvestimento no
olival português."
série: pequenas sabedorias -.- series: small wisdoms
Intrudução à Telepatia ( 1987)
Algures pertenço ao silêncio
enquanto suspendo da boca
o fio liso das montanhas nos horizontes
recortadas junto às luas.
Mansas mulheres
devoram-me as esquinas ás palavras
passeiam-se em línguas estrangeiras
estão atentas às suas imagens.
Hoje ocupo-me dos pequenos milagres
da linguagem. Fui esquimó europeu árabe
e em todos tive a mesma voraz atenção
a mesma língua muda transparente
em cada sílaba eu senti
o vai-vem dos corações sem tempo.
Encontrei poetas pessoas sentadas
cheias, outras a dormirem cansadas
da eternidade.
Em cada um vi a idade nua, fechada
por uma obra silente nos olhos.
Em cada língua soube falar calado
e não houve alguém voltado de repente
olhando-me atónito
como se estivéssemos colocados fora
do lugar.
Por isso, toco o silêncio. Muitas vezes.
Queimo-me nas vertigens dos gestos falados
querendo prolongar este talento tão ardente
& tão natural
a espera fulminada pelos dons das mulheres leves
intuitivas
pois é delas esta arte adivinhatória, este estilo
totalmente original
abandonando os campos absurdos da mente.
As paisagens iniciais atam e desatam-me
o corpo. Os silêncios vivem de um veneno puro
no éter, desdobram a luz das estrelas
por onde outros códigos cantam os corpos
comunicantes
em claros encontros fora das palavras.
Autor: J.A.M.
(Retrospetivas, fase intelectual: in, O Triângulo de Ouro.
( Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores-1987.Elemento do júri: António Ramos Rosa. Editado em 1988)
23.3.17
22.3.17
Alguém passeia-se porque lhe deu para tal
Alguém passeia-se algures
por caminhos e paisagens onde há pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de
repente, por algo que o chama sem dar-bem-por-isso e há um diamante entre as
suas mãos, o olhar turva-se pelo brilho demasiado naquele instante mediático que
também o sol, atento a tudo onde há vida, lhe oferece e depois?
Há quem logo veja ali um presente, há quem não dê conta do
vislumbre que lhe aconteceu e continue apegado aos seus hábitos, atirando o
pequeno calhau para as águas do rio que desliza por ali no seu ocaso indiferente
a tudo isto.
Os hábitos escravizam tornam-nos cegos.
Todos os dias acontecem coisas assim, parecem banais porque são diárias, mas não o são, não.
Nada é banal nesta vida que nos está acontecendo.
Todos os dias acontecem coisas assim, parecem banais porque são diárias, mas não o são, não.
Nada é banal nesta vida que nos está acontecendo.
E por aqui os diamantes
não têm quaisquer preços, são iluminadas fontes metafóricas, criados pela infindável sede que também vive nos profundos lençóis da Terra:
Quanto demora uma
árvore a ser luz?
(J.A.M. - Bhutan. Agosto-2010. Alterado.2016.Alerado.2017)
21.3.17
Tríptico às Imagens Nuas.
1.º
Por vezes,
alguém põe um dedo na ferida. Quero dizer: alguém acorda a sombra geral dos
seus nomes e os nomes mergulham nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem
para os lugares e os lugares crescem com elas e tudo fica mais alto. Há quem
passe, olhe de lado e continue a sua vida. Outros há que passam e se detêm por
um pormenor mais chamativo.
2.º
Claro que
todos os lados, todos os nomes são pretextos. E os lugares também. Nascemos e
morremos por uma graça indomável perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo
enquanto por dentro acordam e adormecem as sementes povoadas pelos estranhos
frutos de uma sede sem fim.
3.º
Vozes e
imagens que cantam a vida e o exemplo dos milhares de sóis mesmo sabendo-se que
para outros olhares, há um abismo memorial nas cabeças uma outra idade outra
boca menos cercada pelos dons dos dias, na transformação dos corpos.
18.3.17
la solitude
J.A.M. ( foto)
"Now that my house has
burned down I have a better view of the sky"
~
"Agora que a minha casa ardeu eu tenho uma visão
melhor do céu"
Imagens Afundadas na Memória (15ª)
Como um navio deixa nos olhos uma sombra em
movimento o mundo é um cais iluminado só por
um lado crescem as raízes das estrelas que os
dedos sonham apesar das palavras agora falo-te
assim como um navio vai de imagem em imagem,
lentissimamente, atravessando um instante sempre
atrás de outro o tempo é uma água calada que não
pára de navegar.
J.A.M.
(Retrospecivas. in, "A Primeira Imagem",1998)
17.3.17
16.3.17
Msg a Garcia
J.A.M. ( Foto trabalhada)
“A criação de mil
florestas está numa bolota”.
(Ralph Waldo Emerson)
~~~~~
"The creation of a thousand forests is in one acorn”.
série: diásporas.
JÁ FUI AO PARAÍSO
Há coisas do
diabo. Já fui ao Paraíso.
E voltei.
Estava já quase acordado na cama do meu quarto no Hotel Europa, quando a Ana e
a Joyce abriram a porte em leque cheias de sorrisos floridos e me convidaram
para darmos um passeio pelas franjas de Gaibu. Lá me levantei um tanto ou
quanto aturdido pelas caipirinhas da noitada anterior, mas depois de beber o
coco fresco que me atiraram de chofre, vesti a t-shirt e os calções de sempre e
lá fomos, que nem 1 trio harmonia pelo dia adiante
Passámos pela
linda praia de Calhetas, onde vi ondas debruçadas sobre a própria espuma,
depois de serem verde-esmeralda e azul-turquesa e também vi uma foto do jovem
Eusébio no recatado bar lá do sítio, ao lado de N ilustres que por ali tinham
po(u)sado algures, ao longo dos seus destinos. Depois, continuámos a caminhar
por entre árvores, plantas e flores de muitas cores e aromas, Tudo era enorme,
até que a certa altura, num morro inesperado e cheio de azul muito azul do céu,
vi uma tabuleta tosca de madeira com a palavra: “PARAÍSO”. As minhas
companheiras apanharam o meu ar aparvalhado e eu apanhei-as a sorrirem apenas cúmplices.
O que é que
havia a dizer?
Lá descemos entretidos com os pés de cada um,
a saltarem de pedra em pedra, até que desembocamos numa espécie de praia com a
água muitomasmuito transparente e a areia era prateada pelo pôr-do-sol que se
diluía pelas águas até ao esquecimento. Sentámo-nos a olhar e a escutar o mundo
à volta através daquele ponto de vista, dentro do ponto de vista de cada um e
os três sentados juntos com as 6 vistas desarmadas, despidas, deliradas. Já não
sei e pouco me rala, o tempo (o tempo? J ) que poisámos ali, a
respirar aquele lugar tão belo e simples irrealmente em tudo. Lembro-me
vagamente que as palavras eram coisas a mais e a ninguém lhe passou pala cabeça
falar de tal coisa.
Quando
regressámos a Gaibu, numa camioneta que ainda circulava, já lá estava instalada
uma festa claramente aberta á nossa espera.
J.A.M.
(Brasil. Pernambuco.Gaibu.2004. Alterada.2006;
2015; 2016;2017)
13.3.17
Msg a Garcia
lá por haver cegos, não quer dizer
que a luz não exista
(J.A.M.-1435)
J.A.M. ( série: pequenas sabedorias)
Estrelas Apagadas
já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves& ondulantes pensamentos o horizonte, como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava & tudo estava unido. Os barcos continuavam a balançar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao aconchego do útero.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava & tudo estava unido. Os barcos continuavam a balançar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao aconchego do útero.
Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.
José Alberto Mar
(Out.2010.Modificado.Março.2016. Publicado no f.b. Março.2017))
12.3.17
10.3.17
HÁ GENTE QUE MANDA NA GENTE PARA SE SENTIR GENTE
J.A.M.- O Grito (imagem trabalhada.)
Há "gente" que manda na gente, só para se
sentir gente. Eu, cá para mim, não gosto
nada dessa "gente". Prefiro, de longe, a gente que gosta da
gente, sem lhe apetecer mandar na gente. Pois, essa "gente", que só
gosta de mandar em toda a outra gente para se julgar gente, cá para mim, não
são gente, mesmo. Porque se essa "gente" fosse realmente gente,
entendia claramente, que não é necessário haver gente-por-cima &
gente-por-baixo, dado que toda a gente nasce despida e toda a gente vai desta
para melhor, vestida por outra gente.
Mas, porque é que o raio que os parta, dessa
"gente" que continua a mandar em toda a outra gente, não começa por
saber mandar neles próprios, para se tornarem verdadeiramente gente?
Essa
"gente" é mentecapta, muito inteligentes sem dúvida mas com a
inteligência ao serviço da estupidez, têm a lucidez do tamanho da astúcia, são inequivocadamente infelizes,
intranquilos, sem paz por dentro, escuros, desalmados até, mas
nós a gente, que culpa temos disso? Embora essa
"gente" nos castigue
continuadamente por isso.
Gente deste & daquele ramo dessa árvore putrefacta,
crentes disto & daquilo, governantes Grandes & governantezinhos
pequenininhos, lá vê a gente aquela outra “gente” a continuar a mandar para nos
ludibriar, escravizar, espezinhar, ignorar
& roubar a toda a minha nossa gente
(…)
Claro que também há gente que se deixa levar assim, por essa "gente" seguem-nos cegamente e então só
é gente assim-assim entre os muitos
lados das gentes.
Nesta coisa de haver gentes, "ser ou não ser é“ mesmo a questão, pois
cá para mim não há
meias-gentes, propriamente dito.
(...)
(Texto-esboço-inacabado-quiçá-
Agosto.2007. Modificado.2009.Modifica.2017.)
A Lei e a Liberdade
Não entendo essa ausência de rigor
dissipando a morte
no fundo insípido dos dias
Seja o que fôr que haja pelo menos uma vez
um olhar grandioso
sobre o grandioso mundo
que uma mão se liberte libertando a imagem
e seja pássaro, ideia ou nuvem
ou um íntimo segredo abraçado á vida.
(in, "s Mãos e as Margens". Ed. Limiar.1991.)
9.3.17
Msg a Garcia
Tudo está á mão de semear.
Nós só apanhamos o que está á nossa altura.
( J.A.M. - séc. 21)
6.3.17
O Barco Noturno
Foto: J.A.M.
o barco, no alto mar
acesa é a noite que o desenha
acesa é a noite que o desenha
contra o fundo estrelado
enfim
o barco com a sua âncora
abismada
as cores dos
peixes estremecem
o silêncio fundo do que é sagrado
o silêncio fundo do que é sagrado
o barco como metáfora de
alguém
que olha o horizonte alongado dentro.
que olha o horizonte alongado dentro.
(Maio.2010. Alterado.2016. Alterado.2017)
5.3.17
1.3.17
estrelas apagadas
já a noite tinha sido iniciada, os pescadores
juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves
& ondulantes pensamentos o horizonte, como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro,
fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente
diferentes. Nada se cruzava & tudo estava unido. Os barcos continuavam a
balançar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco
longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e
também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam
por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao
aconchego do útero.
Os pescadores, disse-me um dia um amigo
vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio
dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças agora pediam moedinhas com
uma vida inteira moribunda nos olhares.
(Out-.2010. Modificado.Março-2016)
Nº 14 ( Ressureição)
" Eis que o Pai, coberto de suor por causa do Filho,
rogou do fundo do coração ao Senhor,
a quem, de fato, tudo é possível,
pois que cria todas as coisas. E pede-lhe para fazer sair de seu Corpo seu Filho,
Que o ressuscite.
O Senhor não deixa de escutar sua prece,
e ordena ao Pai que durma.
Enquanto repousa na paz do sono,
faz cair do alto uma chuva
através da clara abóbada constelada,
Uma fecunda chuva de prata pura e verdadeira,
que rega e enternece o coração paterno.
Ó Deus, ajude-nos também a obter Sua Graça! "
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