José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

24.1.18

Catálogo/Exposição : " o ouro breve das imagens "



os Poderes do Coração ~ the Powers of the Heart
   

                    Mundos  (im)possíveis?

                                                                                                                           
               De poeta para poeta: " Quem é que canta sem condição? É José o homem dos sonhos” [1]. Mas também de poeta para artista visual, numa dupla afirmação de liberdade em relação às fronteiras da linguagem, ou sequer do mundo, via a novos mundos em que do comum se faz Outro e Outrem.
            Assim, se na obra plástica de José Alberto Mar nos reconhecemos perante signos ligados à natureza (sóis, luas, flores, borboletas) e ao humano (corações, olhos, labaredas de fogo interiores, cabeças, cruzes), nos harmonizamos perante arquétipos universais de raiz formal geométrica, espantamo-nos, porém, perante a metamorfose dos signos num processo de morfogénese que progressivamente se tem vindo a acentuar no percurso ontológico da obra do artista, onde busca e revelação surgem indissociáveis. De tal modo que nesses universos (im)possíveis que nos é dado entrever pelo “ouro breve das imagens”, o olhar surpreende-se, mas não emigra, pois o outrem que se afirma enraíza-se profundamente no humano e na natureza como assunção do transcendente.
            De outro ângulo, nesta mostra reencontramos o jogo entre a cor e a sua ausência, a linha intensa, em formas bidimensionais, tridimensionais - e sugestões de outros planos - e os signos inefáveis das nossas e de novas linguagens, ou seja, tudo aquilo que decorre de uma caligrafia do simbólico. Mas, mais uma vez, também se nos afigura que o cunho inconfundível da arte de José Alberto Mar flui naturalmente da matriz existencial do poeta, pintor – e visionário -  e de uma radical liberdade do ser e do estar como assumida celebração da vida.
Enfim, “Quem é que canta sem condição? É José o homem dos sonhos”.


Sofia Moraes
                                             
(07- 01-2018)




[1] (Ruy Belo, Homem de Palavras)

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