ainda recordo algumas imagens como pétalas
caídas no meu regaço estava no restaurante “Quintal da Música” com o meu amigo
acontecido há pouco por ali, entre strelas
(1) douradas pela luz oblíqua da porta semiaberta da entrada e saída e os dengosos
funanás no palco onde a Mayra (2) se espraiava deleitosamente.
e ele entrou, fino, esbelto como um lírio
estremecido pela sua íntima alegria de estar naturalmente vivo no seu gingar dançante
e o meu amigo inesperadamente levantou-se assaltou-o na dança e apresentou-me:
este é o não-sei-quê.
Levantei-me a pesar a repentina gravidade
do momento & a que existe em todo este mundo de deus, mas a leveza que me
acompanhou logo me surpreendeu e quando olhos nos olhos enlaçámos as mãos eu vi
ali um ser raro mesmo à minha frente daqueles que já ganhei o dia embora neste agora quase já fosse noite.
“Lá Fora” (3) no surpreendente mundo das
pessoas tudo parecia continuar a ser igual.
Quando a altas horas consegui descer de
tudo aquilo, pois nestas farras a fraternidade por estas bandas é imensa e onda
a onda neste mar tudo se demora já os meus amigos no veículo estavam à espera numa achada (4) próxima.
Levantei as asas possíveis com tais
companhias é sempre fácil e logo estávamos a viajar entre tantas estrelas à mão
de semear que nem vos conto.
Nota: texto alusivo ao cantor Vadú. (1977-2010)
1. cerveja caboverdiana.
2. Mayra
Andrade. Cantora.
3. título
de canção de Vadú.
( 4. planalto
de origem vulcânica.
j. a. m. raskunho. ( ? - 2017 )
foto: j. a. m. |
Sem comentários:
Enviar um comentário