há
“gente” que só manda na gente para se sentir gente. Eu, cá pra mim, não gosto
dessa “gente”. Prefiro, de longe, a gente que gosta da gente, sem lhe apetecer
mandar na gente. Pois, essa “gente” que só gosta de mandar em toda a outra
gente para se julgar gente, cá pra mim, não são gente mesmo. Porque se essa
“gente” fosse realmente gente, entendia claramente que não é necessário haver
gente-por-cima & gente-por-baixo, dado que toda a gente nasce despida e
toda a gente vai desta para melhor, vestida por outra gente.
Mas,
porque é que o raio que os parta dessa “gente” que continua a mandar em toda a
outra gente, não começa por saber mandar neles próprios, para se tornarem
verdadeiramente gente? Essa “gente” é mentecapta, idiota, inteligentes sem dúvida só que têm a
inteligência ao serviço da estupidez, têm a esperteza do tamanho da astúcia, são
inequivocamente infelizes, intranquilos, sem paz por dentro, desalmados até, mas
que culpa tem a gente disso? embora essa
“gente” nos castigue continuadamente por isso. “Gente” deste & daquele ramo
desta árvore putrefacta, crentes disto & daquilo, governantes grandes
& governantes pequenininhos, lá vê a gente, aquela outra “gente” a
escravizar, a ignorar, a enganar & a roubar a gente.
Claro
que também há gente que se deixa mandar bem por essa “gente”, e então só é
gente assim-assim, entre os 2 lados das gentes. Nesta coisa de haver gentes, “ser
ou não ser é mesmo a questão “, pois não há meias-gentes, propriamente dito.
etc.
( Rascunho Nº 287.2005)
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