20.12.20
18.12.20
~ Green Maze ~
( Pintura: J. A. M.)
Se sentes essa novidade no rosto quando no coração há chamas
deixa-te levar, deixa pairar esse espírito em visita (...)
3.12.20
Não sei se volto a voltar
Olhando, escutando, aprendendo a ser mais.
O pássaro que me visita todos os dias merece agora toda a minha atenção. E ele já está ali, na sua árvore de eleição, misturado com as flores vivas cor-de-laranjas-acesas, pelo meio da folhagem verde escura porque efetivamente já é noite e tudo está demasiado claro para mim.
(1) “nos sons compassados das ondas do mar”. (crioulo do Sotavento).
(Sidády Vêlha. Ilha de Santiago. Cabo Verde).
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P.S. Texto integrado no Livro de Contos, " O OURO BREVE DOS DIAS ", brevemente acessível ao público. Trata-se de um conjunto de textos escritos em alguns países lusófonos.
29.11.20
24.11.20
coisas noturnas
( auto-retrato. 2020)
até que enfim o Porto hoje era uma cidade viva às 3 horas da manhã ainda havia uma chusma de gente nas ruas à volta dos Clérigos e, enquanto resolvia comigo a estranheza da novidade, acabei por me sentar numa cadeira à frente do café Piolho. Havia pessoal desordenado, em grupos, falavam, riam, bebiam. Gostei. Havia também um aroma quente no ar & fiquei por ali o tempo de 2 finos frescos, ou foram mais?
Depois, atravessei a escuridão do jardim da Cordoaria, onde revi de soslaio, mas com natural atenção, as estátuas do Juan Muñoz. com aquela parca luz geral a gentinha do nosso hermano ganhava um ar mais severo e bizarro. Mas porque é que não estavam parados?
As extensas sombras pelo chão pareciam levitar ao som dos candeeiros sobriamente acesos. Ao fundo, ainda estalavam no ar as gargalhadas dos jovens, abrindo a noite a outras luzes mais
( Porto. Portugal. 2007 )
J. A. M.
P.S. Texto incluido no Livro de Contos, " O Ouro Breve dos Dias ", brevemente acessível ao público. O livro contém Contos escritos em alguns países lusófonos.
21.11.20
16.11.20
Outras vozes
por vezes, abrem-se outros sons, outras
luzes dentro
como acontece na boca das fontes
e é por aqui que algo em mim é
mais humano
entre esta sagrada Terra e as
estrelas às mãos de semear
entre tantas margens, os
tambores celestes batem
e rebatem o meu coração.
( J. A. M. - 1980 ?)
14.11.20
12.11.20
31.10.20
16.10.20
OUTONO
As folhas despedem-se das suas árvores
castanhas, amarelas, verdes, vermelhas
às vezes
um adeus de sombras a voarem
vadias pela aragem enquanto a terra
não lhes dá colo.
Naturalmente, em breve despidas
as árvores abraçam o frio.
( J. A. M. - anos 80?)
12.10.20
INTERROGAÇÕES
( Pintura: J. A. M. )
1
Bate-me à porta a noite
o silencioso exercício do Mundo
acontece-me na mais pura beleza
do que parece estar nu.
Inspira-me a visão das linhas curvas
dos sons e a inutilidade das mãos
quando a intenção desta beleza é estar
à altura do espanto.
Sou, pois, mais um ser
dominado pela voz, cantando
o seu exemplo de onda transformada
em espuma
2
É sempre à noite, quando a luz
caminha de soslaio entre as paredes do mundo e
chego à casa da minha existência.
É sempre fria esta estranha sensação a distância
entre tudo o que parece real dentro da casa ou
dessa voz vadia
que canta desamparada e só.
( J. A. M. - Anos 80 ou 90?)
4.9.20
( praia de Cuba. Foto: J. A. M. )
Pergunta às montanhas
como o silêncio ou os gritos
crescem
como tudo é um som
vindo de dentro
ressoam os ecos das infinitas
vidas
enquanto as nuvens nos mostram
as respostas que já sabemos.
29.8.20
26.8.20
Paisagem Budista
( Foto: J. A. M.)
" Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma ".
18.8.20
~ 15º Pedaço de mais um diário perdido ~
por vezes os pássaros são escuros, ou amarelos, multicolores, ou de outras cores indefinidas, mas a arte dos seus voos confundem-se com os azuis dos céus.
- penso ( quando distraído) como tal é possível?
Entretanto, por vezes também há nuvens que voam e se transformam sozinhas. E então, 1 ou outro pássaro, transportado para um possível mundo paralelo, parece ressurgir na sua cor original.
- Duvido. Qual?
Tantas vezes... andamos tão afastados de nós.
2ª Parte
porque as aves esburacam o espaço, não propriamente ao sabor das suas asas, mas por uma vontade uníssona levadas pelo ímpeto do grande mistério da vida.
Em bando, têm 1 só espírito. Vê-se. Quando solitárias, sobem descem, sabem, saboreiam, satisfazem o olhar de quem as observa.
( J. A. M.)
- Rascunho Nº7 -
15.8.20
estamos JuntOs ~ we are tOgether ~ نحن سوية
29.7.20
~ 14º Pedaço de mais um diário perdido ~
o teu rosto é o meu sol, o meu rosto será o teu sol, se me olhares lá do fundo onde já não há traves,trevas, pontes ou abismos que se patrocinam cúmplices entre si, sozinhos.Abraço a tua cintura, como quem enlaça a haste de uma flor que ainda não se vislumbra; mas leve o seu aroma no ar já é uma natureza mortal. Por isso, mais uma flor irá acontecer. Nas suas pétalas onde podemos poisar o olhar e as nossas cores.Pois, em cada momento morremos, com as dispersas tarefas da vida e 1 dia partimos irremediavelmente nus, apenas com os aromas que, no fundo de nós, em nós colhemos.
27.7.20
22.7.20
~ 13º Pedaço de mais um diário perdido ~
Foto trabalhada. Autor: J. A. M. |
19.7.20
17.7.20
12.7.20
Other Wings ~ º ~ Alte Aripi
Trabalho Visual: J. A. M. Anos 80? |
Outras asas
9.7.20
~ 12º Pedaço de mais um diário perdido ~
Imagem Trabalhada. J. A. M. |
Conheci uma mulher num país distante, era bela e serena e
atravessava os dias, os meses, os anos com uma candura sábia de quem sabe que 1
dia também iria morrer, como tudo o que está vivo.
Nunca lhe perguntei nada acerca das artes destes gestos tão silenciosos como as pedras que rodeavam os canteiros. Houve alturas em que me viu olhá-la de longe estava sempre distante, no entanto eu sentia uma levíssima sensação fresca e inquietante, do lado agradável das novidades.Retrocedia para as minhas tarefas, o pincel, o papel, as cores do meu mundo.
De vez em quando, amávamo-nos através dos corpos e parcas palavras. Adivinhávamo-nos através de olhares demorados que continham tudo o que os nossos seres confirmavam.
Um dia fui ao jardim, onde era o seu lugar e não a vi. Procurei-a por todos os cantos, mas apenas vislumbrei as flores, todas as flores debruçadas sobre si próprias exalando aromas mais intensos e os frutos maduros das poucas árvores a caírem um a um
6.7.20
~ 11º Pedaço de mais um diário perdido ~
" O meu pássaro. My bird. ( digital-art ). by: J. A. M. - 2020 |
E tu, disseste-me:
- tenho N estrelas nas mãos, tenho toda esta luz retida e não sei o que fazer.
30.6.20
~ 10º Pedaço de mais um diário perdido ~
Trabalho Visual. J. A. M. -2020 |
Uns tempos mais adiante, já temos uma árvore: ramos que dão ramos, folhas que dão flores, por aí. Por vezes, frutos.
Quando o calor aperta nos Verões que eram, deitas-te sobre a sombra dessa esplêndida árvore que cresce sem o saberes e adormeces.
- vens pela rua abaixo da tua aldeia algures nesta província feita deserto de seres humanos.Vês apenas as estórias que ainda estão vivas na memória, vês agora como tudo se tornou maior, as casas a mãe e o pai no meio dos pratos e da terrina a fumegar, vês a lareira arder onde acabas as noites, a olhar as chamas que lês como um livro sem fim.
Depois acordas : a sombra despedida tudo já é escuridão, os lençóis negros da noite não te aliviam o frio.
E há sempre um frio que também acontece por dentro.
Entretanto olhas à volta e reparas numa semente que caiu enquanto eras menina no sonho.
Apanhas a semente com ambas as mãos pequenas, levantas-te e desces até casa, onde os teus pais te esperam: a sopa a colher, o pão ao lado.
Colocas a semente sobre a mesa e os teus pais sorriem.
J. A. M.
25.6.20
( Marketing Gratuito)
Série: Flores com Aromas. Anos 80. J. A. M. |
22.6.20
18.6.20
~ 9º Pedaço de mais um diário perdido ~
Guardo a lição no bolso da camisa junto ao peito e continuo a caminhar para onde ainda não sei
17.6.20
9.6.20
Trabalho~Visual com xenolinguistica *. J. A. M. * uma designação que alguém, algures me emprestou. |
7.6.20
4.6.20
um barco e o seu barqueiro
Pintura. Autor: J. A. M. - 2020 |
3.6.20
Luz
Técnicas-mistas. Autor: J. A. M. |
que atravessas o meu rosto
e tombas em algo dentro de mim, que:
não sei mas sinto
o relâmpago acontecido.
Vens de longe ou, até não
e Tu és eterna, vã e sem
retornos.
( Rascunho N5.- 2020)