Pintura: J. A. M. |
à-volta
era um lugar que, mal entrámos, se tornou ausente. Talvez houvesse um espaço,
um tempo, quatro olhos duas pontes comunicantes sobre algo circular o tampo de
mármore da mesa onde as palavras caiam redondas,
finitas e havia miríadas de estrelas a rebentarem no desamparo das mãos quando
se tocavam. Bailando, bailando os dedos finos de uma alma sensível no fim das
hastes, re/parei.
As
gaivotas vinham açoitadas pelo mar sem pescadores e abriam lá fora os espaços altos à procura. Eram sombras
nos intervalos apanhadas pelos acasos, quando olhava de soslaio pelas vidraças
húmidas do café. Enquanto ambos estávamos num fogo adormecido apesar de darmos por ele.
À-volta havia os outros, longínquas sombras, e em poucos minutos nem sombras já
aconteciam. Por dentro senti metafóricos desejos de serem mais, algo que só na
altura sabia, cresciam para cima & para baixo como nas árvores a seiva, nas
galáxias a luz.
Agora vejo como fui vago nessa travessia. Luz dos teus olhos bebiam a minha sede. E, era uma sede viajada para dentro, ensaiada pelas danças do silêncio. Por onde perscrutava os teus altares aguardando vislumbrar o fino ouro do teu mistério.
( J. A. M. - Rascunho Nº 17)
Sem comentários:
Enviar um comentário