José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

26.5.19

Novos Paradigmas

( Trabalho em selfie  de:  J. A. M.)


"O Coração Pensa e Irradia" : https://youtu.be/ghRrbeSeVSk



P.S.:
Para informações eventualmente mais aprofundadas, consultor,
por exemplo o: HeartMath Institute.

23.5.19

Obra de J. A. M. - 100X100cm. 2019

























P.S. trabalho realizado  principalmente com base em estudos de  

Carl Gustav Jung,  acerca de  "Sincronicidades" e, especificamente o seu " Unus Mundus" (...).

DakhaBrakha – Пливе човен (2019): https://youtu.be/3iRYtfkfp94

21.5.19

~ Coisas de marinheiro ~



1a


Sweet Jane : levanta-se uma montanha
de luz, devagar que este tempo não tem fim
e essa imagem erguida é a aventura
em que te encontras agora ou
te sentes vivo ou não,


eis a questão
 (...)



(...) procurei nos mundos noturnos dos vossos sonhos, esvoaçando encoberto entre encontros &  desencontros. Encontrei portas abertas, fechadas: de ouro, prata e alumínio.

Os deuses que erguemos vendem-nos, a bom preço, aquilo que nos dão.

- e, continuais acreditar?

(...)


3ª 

aparentemente lá ao longe, apontam-nos um barco à nossa espera, é uma luminescência sem âncoras que baloiça aos sons de todos os nossos profundos sonhos, sons levíssimos ou turbulentos que estremecem os nossos silêncios, ás vezes ( quando virados para dentro e para fora, simultaneamente,  sabemos que estamos naturalmente mais vivos )  e quem escuta: esses sons, os seus dons,

já esqueceu quaisquer certezas, quaisquer desses desígnios inculcados por esses deuses*, caminha por entre frondosas, umbrosas e inesperadas florestas, continua a cultivar as (suas)  sementes mais luminosas que são afinal as de todos os outros


 e, quando o indelével destino leva  a tua vida a uma direção imprevista?

(...)


(J.A.M.- 198? - Rascunho Nº 223)

Cowboy Junkies ( Sweet Jane): https://youtu.be/Fa9nN3G2CSg




obras na " 3ª Bienal Internacional de Arte de Gaia - 2019 " ( Portugal )


Autor: J. A. M. . Título: Quadrado de Ouro. 100X100 cm. 2018

( obra selecionada em Concurso. No Polo Central, Lever-Gaia)


Autor: J. A. M. .Título: O Labirinto de Dédalo. 92X92 cm.2018.

( obra, artista convidado no : Polo de Estremoz)



  de 20 de Abril a 20 de Julho  


20.5.19

-.- o meu problema pessoal com as galinhas -.-



Estava no meu cadeirão anti-stress, enlevado sei lá em  quê se é que havia tal coisa quando me ocorreu - repentinamente - que afinal tenho uma incerta desavença, pacífica é claro, com as galinhas. Assim à 1ª a coisa não me parece ser grave, mas eu nunca tenho a certeza de nada. E já comecei a cacarejar justificações, até são uns bichos interessantes, quando estão a comer debicam algo no chão tão rapidamente que nem enxergo o quê e depois atiram as cabecinhas para o céu e estão nestas figuras amiudadas vezes. Nos inícios de tais observações eu olhava - imediatamente! - lá pra cima tentando vislumbrar o que era o alvo de tal curiosidade inopinada, pois eu quando como, habitualmente olho para o que está à frente do meu nariz e deixo os céus para as ocasiões místicas. Prosseguindo os já citados cacarejos, também gosto das suas penas, algumas mais, pois vê-se ali a mão da mãe-natureza o deslumbre da luz a desfazer-se em cores. Tive uma amiga artesã, das américas do sul salvo erro, que alimentava uma galinha com o intuito assumido de lhe arrancar apenas uma pena de vez em quando, para os seus colares & aquelas obras de arte que lhe davam o pão para a boca. É verdade! Também havia por lá 1 macaco pendurado nas traves da casa, que eram ramos grossos de uma acácia que lhe entrava por ali dentro para lhe oxigenar gratuitamente o ambiente. Uma vez estávamos eu e ela esparramados lá no seu jardim sem cercas que se prolongava por uma floresta a sério cheia de borboletas estonteadas e belos pássaros a esvoaçarem com as suas cores tudo junto era bom respirar ali, e então estávamos nós a fazer o nada e aparece o seu filho por aí nove anos se tanto, e deu-me uma lata de coca-cola transformada em cinzeiro para as cinzas do meu fogo no cigarro que ardia alheado disto tudo. O meu preconceito em relação à coca-cola é assumidamente enorme, mas a Brigite sentiu logo a coisa e explicou-me que era a maneira do menino me dizer que gostava de mim e como não tinha mais nada para brincar, costumava apanhar latas no lixo dos Sr.s lá em baixo na cidade e depois transformava-as no que lhe vinha à cabeça e ao coração e, sinceramente, aquilo era uma piquena obra de arte. Olhei para a criança como quem olha para um Deus e os seus olhos eram luminosos & felizes e eu,,,eu também fiquei feliz e com a voz embarcada num nó cego até às lágrimas que contive. A mãe sentiu tudo como só as mulheres sabem e ofereceu-me um chá que dividimos pelos 3.
Afinal, a bem dizer eu até gosto das galinhas, a maneira como se deslocam com as duas patas indecisas parecem sempre inquietas à toa, mas isso não passa de + uma perceção pessoal, pois suspeito que só vejo aquilo que sou e aí há que ter uma certa parcimónia nas coisas dos julgamentos, juízos de valor, essas lérias. 
São precisamente 5 h. & tal da noite e ainda estou pr'aqui com as minhas irmãs galinhas, que são muitas no meu quintal, sem medos dado que eu não as papo já faz um tempo que estou sentado à sombra de 1 pinheiro que também habita comigo ali no canto onde lhe deu para estar e dá-me pinhas às vezes pinhões que eu amontoo numa tigela azul & branca da dinastia Ming que tenho na cozinha, foi uma namorada chinesa mesmo da China que m´a deu, o pai era podre de rico, segundo ela, mas fiquei sempre na dúvida se a peça era realmente verdadeira ou não, mas como não ligo a tais valores, o que me agradou foi a sua beleza  singular. À superfície na epiderme colorida, o branco & os azuis entrelaçados como fios de cabelos ondulados parecem dançar uma música que julgo escutar às vezes, quando o silêncio à volta se fecha e estou muito dentro. Quando acumulo forças suficientes, pego nos tais pinhões às mãos cheias e quebro-lhes as couraças, um a um atentamente, com uma pedra de estimação que tenho sempre à mão de semear para ocasiões mais determinantes.
Depois desta ocasional divagação, retorno à cabeça da pescadinha de rabo na boca que agora com o tempo já é uma serpente a morder a cauda que dá veneno, que também pode ser remédio, tantas vezes se dá este caso há esotéricos que o dizem, e o que eu nesta realidade   pretendia dizer é que elas, as minhas amigas galinhas, têm uma relação íntima visceral com o Sol [1] que eu naturalmente também mantenho com todo o apreço deste mundo & dos outros, mas também gosto das estrelas e da lua e dos silêncios azuladamente brilhantes quando o são outras vezes nem por isso acontecem estas circunstâncias de 1 gajo estar ~ graças a Deus ~ a respirar mesmo vivo no meio destas montanhas onde o meu patrão sou eu não.


(Foz-Côa. Douro. Portugal)



[1] As galinhas a que me refiro, são umas felizardas parolas nas aldeias pois em relação às suas irmãs macambúzias & amordaçadas de todo (como os irmãos humanos) fechadas em infernos imaginados por desalmados, onde claramente desconhecem o que é a noite. Foi através do genuíno comportamento das 1ªs que surgiu o ditado popular: “fulano ou sicrano deita-se com as galinhas”. Isto é, esse alguém mal se põe o sol já está deitado a dormir, caso não sofra de insónias.
Interessante!  (ocorreu-me agora). Nos meus tempos de intelectual puro & duro, deu-me para estudar com muito afinco e múltiplas pesquisas no terreno, o pano de fundo ontológico destes animais, digamos assim, e nunca apanhei uma só galinha acordada ao lado da fileira em que se costumam organizar, mui meticulosamente, para meu espanto na altura.


Luz~Sun~Cbet~Crit~نور ~ 光 ~ Ukukhanya ~ Lumière ~ Lumo

تصوير : J. A. M.


















Mumford & Sons, Baaba Maal (There Will Be Time): https://youtu.be/eCIHPdx1OAs

19.5.19

sir Banksy, + uma vez?

A peça mostra uma criança-imigrante, a usar um colete salva-vidas e a segurar uma chama cor de rosa no ar.

-.-

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16.5.19

a Ciência das Ilhas ~ the Science of the Islands

Pintura: J. A. M. - 2015





















as Ilhas partilham um segredo com as árvores.
Todas têm as suas raízes entrelaçadas
no fundo
das águas.

onde ainda há peixes & pássaros a cantarem e
a encantarem a vida.

15.5.19

para os olhos de quem é mendigo à frente dos prodígios da vida

- Foto trabalhada. J. A. M. -

























de folha em folha os horizontes alongam-se para os olhos
de quem é mendigo à frente dos prodígios do Mundo.
Há sempre um nada absoluto em cada gesto, uma idade
e um peso de estrela a cair na sua luz até nós.

Olho à volta, agora esquecido de tudo e de súbito vejo-te
como esta frágil papoila a deambular pelos seus íntimos
sonhos coloridos.
Enquanto, a minha voz se perde no meio da luz que me dás.



in, " A Primeira Imagem", Ed. Sol XXI, Lisboa.1998 )

~

Madrugada - Honey Bee: https://youtu.be/JQUNTJob078

coisas comuns

- Rio Minho. V. N. de Cerveira. Foto trabalhada: J. A. M. -



















há pessoas assim, chegam-nos sei lá de onde, instalam-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo onde ciclicamente amanhecemos e morremos e parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos conta da leveza que nos dão.


E através do tempo, prolongamo-nos entre pensamentos, sentimentos e palavras anónimas em conversas mais íntimas, sem nada sabermos do que acontece e que importa?




(Julho-2007. Actualizado a 2019. Rascunho Nº 64)

14.5.19

~ & os candeeiros eram estrelas ~



as varandas acendiam os candeeiros
e os candeeiros eram estrelas esfumadas 
pelos corpos dispersos na noite


era Verão e estava tudo deleitado
sobre o calor que brota das coisas terrestres
enquanto as varandas baloiçavam na luz.




10.5.19

Já não me lembro

Obra: Tinta da china e dourada s/ tela.100X100 cm. J. A. M.

























já não me lembro se era uma luz exterior ou de dentro de mim
e tudo estava incandescente de uma forma natural
o Mundo tinha um amplo sentido exato
em todas as coisas.


A incerta altura, olhei-me de longe e com o passar do tempo
aprendi a esquecer-me de mim.

No entanto, agora sou, cada vez mais
esse vaso de luz
onde a luz me ensina.




(2.Julho.2009. Rascunho Nº 87)

LINHARES DA BEIRA- GOUVEIA ( Portugal )
foto: j. a. m.















“ É como se a terra soubesse de sua própria beleza, de sua própria grandeza
e não precisasse gritá-la “

( Kazuo Ishiguro ) 

8.5.19

- Imagem construída a partir de foto de j.a.m., da escultura do "Cego do Maio", Póvoa do Varzim -














ESTRELAS  APAGADAS


Já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulantes pensamentos o horizonte, como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava e tudo estava ligado.
Os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso esboçado junto ao aconchego do útero.

Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes & as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares. 




(J. A. M. ~ rascunho Nº 182. 2009?)

6.5.19

MUNDOS QUÂNTICOS

 Especulação Visual acerca da  Experiência Científica da " Dupla Fenda"( partícula e  onda) .  
Pintura. 100X100 cm s/ tela. 2017.
Autor:  
J. A. M.
~

Expansão de Consciência, Hélio Couto:https://youtu.be/T03QkTSeMKI


5.5.19

Pintura: j. a. m. - 2918
























Outras asas


por vezes, abrem-se outros sons, outras
luzes dentro
como acontece na boca das fontes
e é por aqui que algo em mim é mais humano
entre esta sagrada Terra & as estrelas à mão de semear
é por estas margens, que os tambores celestes
batem e rebatem o meu coração.



(J. A. M. ~ rascunho Nº 62)

3.5.19

coisas noturnas

cidade do Porto. Foto: J. A. M.


até que enfim o Porto hoje era uma cidade viva às 3 horas da manhã ainda havia uma chusma de gente nas ruas à volta dos Clérigos e, enquanto resolvia comigo a estranheza da novidade, acabei por me sentar numa cadeira à frente do café Piolho. havia pessoal desordenado em grupos, falavam, riam, bebiam. Gostei. havia também um aroma quente no ar & fiquei por ali o tempo de 2 finos frescos, ou foram mais?
Depois, atravessei a escuridão do jardim da Cordoaria, onde revi de soslaio, mas com natural atenção, as estátuas do Juan Muñoz. com aquela parca luz geral a gentinha do nosso hermano ganhava um ar mais severo e bizarro. Mas porque é que não estavam parados?

As extensas sombras pelo chão pareciam levitar ao som dos candeeiros sobriamente acesos. ao fundo, ainda estalavam no ar as gargalhadas dos jovens, abrindo a noite a outras luzes mais



(Porto.2007. Rascunho nº 158)


2.5.19

Blog: " Gazeta de Poesia Inédita "



SEM   MARGENS


por vezes vem um outro sol, um outro sal, outra luz
da cintura dos astros ou do fundo da Terra
descendo, subindo, entrando, aclarando
a cabeça, o coração o corpo todo
pois já é outra a resposta que cintila
no esquecimento do olhar
onde caio em mim, como uma gota de água
no mar dentro dos dias todo o tempo é redondo
e reparo nas duas mãos como se fossem
10 os novos caminhos
e no entanto, são tantos & tantos
que me volto a calar.



( J.A.M. ~ poema inédito, anos 80. Rascunho Nº 96)
Publicada  a versão do rascunho Nº 94,a convite do poeta José Pascoal



1.5.19

Pintura: J. A. M. 


























(…) claro que felizmente todos os estados de espírito são vadios e não se demoram em nenhum lugar. E o que fica em nós, é uma poeira que assenta na memória essa grande rocha de xisto, formada lâmina a lâmina, desde o início dos tempos. Uns trazem essa rocha, ás costas, como um talismã à vista desarmada de todos; outros, afundam-na nas águas do próprio corpo e por lá a esquecem, sabendo que não precisa dos seus cuidados para poder ser o que é: um  lastro para o  destino.
E assim, todos os dias somos atravessados por mundos e mundos, onde vivemos mais um pouco de tempo inscrito na ilusória viajem que até fazemos realmente.


1/06/2006

África

obra: J. A. M.

Yambo, Yambo (by Salif Keita): https://youtu.be/gz2WMvHCJOU


29.4.19

Parece-me que quem assim respira talvez possa encontrar

Obra: J. A. M. 


Mais uma viagem aproxima-se caminho lentamente
para o barco desamparado nas águas,
ao lado
as redes rendilhadas & frágeis do Mundo.

Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.

Parece-me que quem assim respira
talvez possa encontrar.


(26-Julho-2008/Alterado em Abril-2012)

25.4.19

Palavras, palavras, por vezes

Obra: J. A. M.


























Palavras, palavras, por vezes cansado das palavras fico completamente à escuta, vazio por dentro, parado, virado para fora. Como se o meu corpo fosse uma harpa aberta aos sons que passam. E então há um outro sol a cobrir as formas do Mundo, o grandioso coração dos universos a bater como um  pêndulo maduro, a água no corpo como os oceanos a respirarem lá no fundo, a beleza epidérmica das coisas sem nomes, a vida total a pulsar sem eira nem beira.
E então, vejo que nada em mim é o que sei e sinto, nada em mim é apenas uma ilha a desenhar horizontes de palavras, nada disto tudo faz sentido, sem a luz e a vastidão da Terra com sementes e as plantas e as flores e as árvores e os frutos e as aves e as pessoas a encherem-nos os dias e as noites.


(1987?)

24.4.19

pequenas sabedorias

Obra: J. A. M. 















à volta, as coisas da humanidade, seres humanos, árvores, flores, aves, água horizontalmente azul, a música  do silêncio que desflora o ar como ramos que se erguem  para os céus e depois, curvam-se com o peso alentado do mundo,
demonstram-se assim os simples milagres do que é sempre impermanente.


( Agosto-2011)

made in Portugal

Obra : J. A. M. 

22.4.19

no deserto do Saara

Foto : J. A. M.



























trata-se genericamente de pontos de vista como outros quaisquer cada um vê à sua altura e nem há alturas mais +, nem desalturas.
Estamos todos  numa viagem aparentemente  longa, um homem com pressa é um homem morto, eis um ditado de gentes apaziguadas entre si & a vida nos desertos por aqui há tempo para tudo é Tudo  pois o céu é amplo e os horizontes são eternamente demorados no presente, o tal tempo que foi expulso dos dias & das noites por aquelas bandas Ocidentais por onde desandam  os macakóides a correrem sozinhos cada um com a sua meta & o descalabro dos seus desígnios impostos & aceites como únicos,
quando por vezes acontece passarem ao lado, por exemplo, das árvores que já não enxergam, elas abanam desconsoladas as suas cabeleiras e por vezes até  criam ditirâmbicas alianças com as aragens e assobiam fraternalmente, mas qual quê moucos de todo.

Quem os convenceu de que sozinhos vão a qualquer lado?

14.4.19

Imagens Afundadas na Memória ( 15º)

Nazaré. Foto: J. A. M.


















Como um navio deixa nos olhos uma sombra em movimento
o mundo é um cais iluminado só por um lado crescem as raízes
das estrelas que os dedos só sonham apesar das palavras agora
falo-te assim como um navio que vai de imagem em imagem,
lentíssimamente, atravessando um instante sempre atrás de outro
o tempo é uma água calada que não pára de navegar.


( in, A Primeira Imagem, Ed. Sol XXI, 1998)

11.4.19

~ Imagens Afundadas na Memória ( 13º) ~

Obra: J. A. M.


Pega-se no nome: Mundo.

E em cada letra o som de uma estrela madura estremece a língua
que diz: M u n d o
como se os sons nos encaminhassem
para uma casa longínqua.
Mundo por dentro e por fora apenas o nome
que enche um lugar de dúvidas e dons.



( in, A Primeira Imagem, Ed. Sol XXI, Lisboa-1998)

28.3.19

As Mãos Góticas ( 3º)

Obra de : J. A. M. - 2017




















mais sábia é essa porta que procuras
no rumor da súbitas manhãs
quando os olhos recebem do seu sono
a cerimónia de uma luz sem horizontes.

E quando um sonho é feito de matéria para os teus olhos
para quê cantares as ciências das bocas consagradas?



- in, As Mãos e as Margens, Editora Limiar, Col. Os Olhos e a Memória/57, 1991 -

19.3.19

Foto trabalhada: J.A.M.



















Pergunta às montanhas como o silêncio cresce
como tudo é uma voz
saída de dentro
ressoam os ecos dos infinitos momentos através dos dias
enquanto as nuvens nos mostram
as respostas que já sabemos