1.º
Por vezes,
alguém põe um dedo na ferida. Quero dizer: alguém acorda a sombra geral dos
seus nomes e os nomes mergulham nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem
para os lugares e os lugares crescem com elas e tudo fica mais alto. Há quem
passe, olhe de lado e continue a sua vida. Outros há que passam e se detêm por
um pormenor mais chamativo.
2.º
Claro que
todos os lados, todos os nomes são pretextos. E os lugares também. Nascemos e
morremos por uma graça indomável perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo
enquanto por dentro acordam e adormecem as sementes povoadas pelos estranhos
frutos de uma sede sem fim.
3.º
Vozes e
imagens que cantam a vida e o exemplo dos milhares de sóis mesmo sabendo-se que
para outros olhares, há um abismo memorial nas cabeças uma outra idade outra
boca menos cercada pelos dons dos dias, na transformação dos corpos.