José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

27.3.12

msgs a Garcia



















Imagem: J. A. M.


"A matemática é o alfabeto com o qual DEUS escreveu o universo"
~ Pitágoras ~

cresce a mão para as palavras




26.3.12

" É só com sangue que se escrevem versos." ( Saul Dias)











Imagem: J. A. M.

como um fio-de-prumo a noite em cima de tudo



como um fio-de-prumo a noite
encimada em tudo e  por dentro,
uma voz insidiosa e duradoira, o ouro breve dos momentos
atravessa a escuridão com a velocidade dos átomos do Mundo.

Também há os universos acesos para todos os lados e
os candelabros dos nossos pensamentos são fagulhas que no ar
se cruzam & entrelaçam & enlaçam
as substâncias que unem os presságios
das nossas vidas passageiras.

Tudo tem um propósito errante e nenhuma voz cabe dentro
de todas as línguas faladas, fadadas, calada da Terra.



(27-Março-2007 )

21.3.12

" Fora do Compasso "
















Imagem: J. A. M. (Início da Primavera)


- Fora do Compasso -


dias abundantes nas bocas
pelos segredos das mãos
ao rebentarem magnéticas
os nomes à-volta.
Inspira-as a cegueira de uma luz
sem fim, como que vencida
pela eternidade.

Não é a carne nem é memória
esta respiração. Por ela vivemos
pendurados nas perguntas
que respiram pelos orifícios da pele
que sorvem as queimaduras dos astros.

Talvez só os deuses conheçam a intenção da água
dentro dos corpos. A água fechada
ao fazer um nó às portas dos olhos
estrela ou paisagem, quanta claridade
ao redor dos dedos a mexerem dentro
as oficinas da terra
os lugares abraçados pelo tacto da fala.



- in, " As Mãos e as Margens ", Ed. Limiar ( Os Olhos e a Memória/57) - 1991

19.3.12

quando a noite tomba, às vezes o espanto cresce e tudo é uma outra coisa





















Image: J. A. M.

um marmelo


















Foto: J.A.M.


Estremece a estrela que vive
 naturalmente aberta à escuridão
e
nos 2 olhos cintila
o véu do instante a aparência maior
do que é superfície e aí se afoga
na multidão dos dias

 as multidões são mecânicas.


Vejo nos gestos a estrela amparada
pelo silêncio que aspiro, o lugar onde
qualquer semente pensa

sonhando con+tudo
pois nada do que é fruto
acontece sozinho.


(Set.-2009)

other place ( visual-art )











Foto: J. A. M.

13.3.12

12.3.12

ao Sr. V.G.



(...) tautumba como senão eu já vi as searas como pensamentos amarelos e o céu a voar em círculos desamparados pelos violentos tons de azul que cresciam da terra ...


... mal dei conta & mal me tinha esquecido, regressam as faturas a pagar já no mês agora e eu cidadão me confesso: passo...


( Gaia-Ciência. Mar.2012 )

9.3.12

poema de Manoel de Barros (Br.)






















Imagem: J. A. M.

Performance ( not legal)


















Performance by J.A. M.

" Valha - me - nossa - senhora - de - fátima ".
( XII Bienal Internacional de Cerveira.)  made in Portugal - 2005
(Em fundo, obra-plástica do pintor: Augusto Canedo).

- not legal -
 performance to Exposition
(XII Biennial Cerveira. 2005 - made in Portugal )

- not legal -


8.3.12

e uma sombra alumia-se rente ao chão = inícia-se  um outro dia

7.3.12

até ao fim a noite gota a gota se

















Foto: J. A. M.

o sangue quando seca é da cor da terra


ia eu pela estrada a fora, 1 pé bem atrás do outro, duas margens: uma à esq.ª e outra eteceteramente cativada pelo que em mim era invaginação à deriva e não é que a gaja não aparecia ?
Tinha-a mirado há tarde ainda era dia à beira-rio* abraçada às águas e a entrar e a sair arrebanhando os negros cabelos para trás, como quem não tem passado e é livre e está ali inteira depois
nunca mais me largou aquela índia.

N mas N mesmo passos frente, encontrei um jovem taxista atencioso q.b. disponível até sei lá porquê, há já sei:  tratávamos-nos como  amigos a sério (...)
calcorreamos as montanhas onde caía espessamente a noite (...) até que a encontrei (...)

( dps de N pag.s e a páginas tantas:)

Antes de tombar inteiramente no sono, ainda fui ao jardim mesmo ali à mão de semear, colher uma flor que lhe plantei no cu (...)
Abraçado a duas flores, adormeci como 1 anjo pois o dia findava-se completo.


* Rio Preguiças ( Estado do Maranhão)
( algures no Brasil )

msgs a Garcia












Imagem: J. A. M.

6.3.12

Série : O(s) Grito(s) - poema emprestado do M.H.L.



A MINHA QUERIDA PÁTRIA


os camões
os aviões
e os gagos-coutinhos
coitadinhos
a pátria
e os mesmos
aldrabões
recém-chegados
à democracia social
era fatal
a pátria
novos camões
na governança
liderando
as mesmas
confusões
continuando
mesmo assim
as velhas tradições
de mau latim
da Eneida
enfim

sabem que mais?
pois
vou da peida


- Mário-Henrique Leiria -

25.2.12

"Porto sem fim / timeless "

Foto: J. A. M.


Tratou-se de um encontro entre amigos, conhecidos e desconhecidos (que acabaram por se conhecer), na "Espaço d, Arte Quadrasoltas" ( Rua Miguel Bombarda - Porto), acerca do livro "Porto sem fim/timeless" do fotógrafo suiço,  Markus Zuber e da escritora portuguesa , Eugénia Soares Lopes.

Uma "tertúlia" agradável, despretensiosa e bem comunicante.
Pois,
nos tempos que correm: cai sempre bem.


(Porto.25.Fev.2012)

22.1.12

coisas comuns


há pessoas assim, chegam-nos sei lá de onde, instalam-se num lugar qualquer mais substantivo do nosso corpo onde ciclicamente amanhecemos & morremos e parece que as levamos connosco para todo os lados, sem darmos conta da leveza que nos dão..

E com o tempo, prolongam-nos entre palavras anónimas nas conversas mais íntimas, sem nada sabermos do que acontece e que importa?



(Julho-2007)

9.12.11

msgs a Garcia












Imagem: J.A.M.

" Nada há de permanente, a não ser a mudança." - Heráclito

4.12.11

Série: msg a Garcia

(às crianças)














imagem: J. A. M.


Um transe nos olhos o lugar exato
dos claros segredos. É esta a grandiosa escada
da infância. O poço sem fim das novidades.
O reino das crianças simples

no centro ilegível do mundo quando perguntam
Porquê Porquê só para dizerem
não há palavras não há mais gestos
na luz dos  olhos os lábios primeiros.


( in, As Mãos e as Margens, Editora Limiar - 1991 )

3.12.11

LIVErdade MENtal















Image: J. A. M.

P.S. Clique no título, se lhe apetecer.

the sun of my nights











Visual-Art : J. A. M.
" o sol das minhas noites "
- técnica mista -

visões


O barco vai indo ao sabor das águas do rio Preguiças, vai indo amparado pelas duas margens das coisas visíveis, vai indo como quem se deixa ir indo apostado no rumo que será o seu.

O barqueiro não se vislumbra, mas eu sei que háláalguém que vigia os horizontes comuns, alguém segura com as duas mãos o leme da sua vastidão.
Estou lá e estou aqui e afasto-me de tudo com um saber que vem depois de morrer.

A noite desce e tudo o que está vivo Ergue-se !

2.12.11

msgs a Garcia


















poster. J. A. M.


" Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos
 ao mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos."

(Albert Einstein)

1.12.11











Foto ( Galicia): J. A. M.

Série: O(s) Grito(s) : Visões ALternativas

http://youtu.be/aA-LpnMkebo

torso de granito






















foto. J. A. M.

Teoria do Granito





É uma pedra fechada calada em torno de si. Com 1 ser centrado em três visões. É um laço de cinza com o peso dos horizontes anunciarem a chuva e a água passa por cima  em camadas leves como os lençóis de sol no Verão sobre os corpos sonolentos. Leves, leves como os sonhos ke por lá se estremoam e se abrem  às novas manhãs.

É por dentro da pedra que a memória dos seres humanos à-volta se funda & aprofunda o tempo das gerações barrocas, os gestos rendilhados do espírito de um povo aqui.




(Porto-Junho-2007)

30.11.11

Série : O(s) Grito(s): There is no sin except stupidity ~ Não há nenhum pecado, exceto a estupidez.(Oscar Wilde)












Image: J. A. M.

Série: O(s) Gritos) : ALternativas

http://youtu.be/B56QvDwYTx8

agora é a hora do fogo

agora é a hora do fogo como símbolo ou enigma, a memória afundada em ilhas como se - ao de leve - tudo estivesse onde realmente deve estar e todo o ar das circunstâncias fosse o ar de todos os dias alisados pelos hábitos fixados e pelas  alegrias que vão acontecendo.

É no fim de contas a hora dos mortos, até às tantas da manhã, quando "eles" sentem as amarras e tentam entender o vislumbre das suas âncoras mais fundas enquanto unem ondas & ondas desavindas.
É nestas Alturas que os vejo a terem um esboço do inferno em que vivem e  a  esquecerem as luzes que amanhã já não sabem.


- 2011 -

29.11.11














Foto . J.A.M.
(Alcântra)


mais uma viagem aproxima-se. Caminho lentamente
para o barco desamparado nas águas,
ao lado,
as redes rendilhadas do (meu) Mundo.
Como um simples sopro tento apenas
ser o seu alento.
Parece-me que quem assim respira
só pode encontrar.

2008)











J. A. M.-2011

28.11.11

com o sol nas raízes
o poema inteiro .



(Nov.2011)

24.11.11

silêncio

                       
 -  pikeno poema -

Um gato escuta o sol em cima os pássaros
 são sombras a sonharem.














foto. J. A. M.






msgs a Garcia

 
" Como tu
conviver de perto com todos os seres divinos
do mundo, nunca é demais "

( Friedrich Hölderlin )
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
image. J.A.M.
 
"as you
live closely with all divine beings of the world
is never enough "

( Friedrich Hölderlin )
 

19.11.11

visual-art


















J. A. M.

eu não gosto nada de citações, mas há algumas ke, deus me perdoe



" O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar."

( Sr. Fernando Pessoa )

Series: Cross ~ Série: Cruz







Visual- Art. J. A. M.

P.S. (Series: Cross  ~  Série: Cruz) = Clik: Wikipédia.

18.11.11

feliz mente : há pontes & pontes











foto. J. A. M.

- por uma unha negra -



Foi um tempo obscuro, escuro, mesmo negro. Atravessei-o com a juventude espalhada pelo corpo e todos os mundos que podia a encherem-me a alma até às marcas afloradas na pele. Por vezes, pensava que enlouquecia e então abrigava-me nas casas do silêncio, á espera de escutar o fio tremeluzente da minha voz mais íntima. Outras vezes, saía pelo mundo a fora á procura de mais dias & mais noites umas a seguir às outras, como primaveras que se devoram com muitas flores vivas a saltarem pela boca, pelos olhos, pelo corpo inteiro esburacado. Conheci, gente, pessoas, corpos habitados por alguém, outros nem por isso, cheguei a conhecer os mortos que continuam por aí de um lado para o outro como imagens atrapalhadas adiarem sei lá o quê. Também, confesso, cheguei a ser tocado por alguns seres humanos, que me deram minúsculas estrelas duradoiras, muitas vezes sem eu dar por isso. Ainda hoje as guardo, como pedras preciosas soltas entre os seixos das minhas margens.
Foi um tempo de procuras, em que passei por pontes & pontes e nem sequer as via, nem o rio que lá descia para o seu mar, nem os lugares de um lado e do outro por onde queimava o meu destino, possuído pela dourada cegueira da juventude & por todos os copos de veneno que tragava. Vi alguns amigos, caírem para o interior de uma luz que nunca mais os largou, foram assim sozinhos para tão longe e nuncanunca mais.
Após, muitas paisagens, comecei a ver que tudo á minha volta era uma imagem que se soltava de dentro de mim, onde eu não era chamado para o caso, nem propriamente ninguém, mas, no fim de contas todos estávamos lá: pessoas, mundo, vida, animais, plantas, pedras e todos os universos que sabia e sentia.
Comecei a olhar mais a luz, a luz claramente acesa, a primeira que vem de dentro das pessoas e das coisas.
Descobri um centro que não é centro nenhum, apenas me desloco despido e cada vez maia nu por dentro, de centro em centro, na mapa circular da minha idade. Sempre, com o deus presente de tudo á minha volta e o amor íntimo & distante por tudo o que passa por mim.




( algures. 2006 )








Outono: em todos os sentidos em Portugal













Foto. J. A. M.

" Eu conheço o medo de ir embora.... ( Sr. Oswaldo Montenegro-Br.)

http://youtu.be/yJ0dii2ilf4

17.11.11

à Diana Isabel

- Pai, o sol apagou a chuva !

E no fundo do coração
levanta-se o chão
rebentam as sementes
estremunhados sons
inundam a visão.


(1900 & kê ?)


















Desenho.Série: de Coração na cabeça- Anos 80

não gosto nada de citações, mas há algumas que, deus me perdoe.



" - Em todas as grandes obras de literatura nota-se predilecção pelos indivíduos cuja maneira de ser não tolera as formas que a comunidade lhes pretende impor. Isso conduz a certas decisões impossíveis de tomar; só essas vidas merecem descrição. Que encontras tu ao observar o sentido profundo de todas as grandes obras? A negação, sem dúvida parcial, mas recheada de experiências e repartida por uma infinidade de casos únicos, de todos esses princípios, regras e prescrições sobre os quais está edificada a sociedade e com que esta delira ao ler essas obras  O poema, com o seu mistério, corta todas as ligações que uniam o sentido do mundo ao vocabulário quotidiano: e ei-lo que voa como um balão! Se quisermos chamar a isso beleza, como é costume fazer-se, então ela deveria constituir uma alteração bastante mais brutal do que qualquer revolução política! "


- in, O Homem Sem Qualidades, Robert Musil.

15.11.11

rekadinho


coisas simples, p.f., palavras pousadas como o pão na mesa, frases espaçadas com intervalos para nos debruçarmos nas suas varandas, silêncios cheios em que cada 1 seja um &  todos, olhares que falem também e troquem amenas luzes para se manterem despertos, gestos poucos em movimentos comunicantes, eu aqui, tu ali, ele acolá,aproxima-te !
estás entre amigos, há que afugentar o medo que se instalou em Tudo, meu deus, o Medo que serve os tais  makakóides que sugam o Mundo & chupam desalmadamente o sangue das nossas vidas,
sem tantas vezes,
dares
por
isso.
  

( 2006 ? ou, antes ? sei lá )

no comment













visual- art. J. A. M.

série : Diásporas (C.V.)

- demorei a chegar-me a casa -

A noite redOnda pela L.C., caía a luz caindo.
E então, hoje perdi-me + no caminho para casa & sem quaisquer pressas já estava na montanha sentado no descanso indeciso das cabras a olharem para mim e assim fiquei divagado pela luz que circundava a lua quando, sem saber o porquê, um jovem macaco pousou no meu ombro esquerdo e assim ficou vidrado pelas visões que eu colhia. A uns bons metros, sua mãe velava o encontro com apaziguada pachorra.
Demorei a chegar-me a casa no alto da montanha fui até lá com o cajado dos sons do mar lá em baixo nos confins a conduziram-me sem eu dar portal. Entrei pela janela - nada de chaves por esta noite por amor a deus - acendi a outra luz e estanquei ás porta do sono, escutando os galos & as galinhas e uma mosca xata-xata que teimou em zunir perto de mim até


(Sidade Vélha.Cape Verde.2008)

Série: auto-retratos-até-incerto-ponto


















Visual-Art. cnica-mista. 75X25 (anos 70)

14.11.11

Tudo são Ilhas com a mesma raíz


e
com o tempo comecei a ver as coisas com mais distância, a olhar de soslaio a luz que bate nos vários lados das coisas, a separar-me o mais possível das coisas para as vislumbrar de dentro

Tudo são ilhas, todas elas com a mesma raiz enlaçada a uma só luz sem tempo.


15.12.2006

Série: msgs a Garcia ( neWs Winds are already coming )


















J. A. M.

13.11.11

Série : O(s) Grito(s) : T.V. 8

http://youtu.be/tv4WyOQedj4

vozes da noite






foto. J.A.M.


Algures nas Arábias, 1 Mestre & o seu discípulo caminhavam em passos lentos por um terraço  +/- a meio da noite.


De súbito, o discípulo interrompe a koisa e diz:


- Mas ,Que Silêncio !
- Não digas isso dessa maneira - aconselhou-o o Mestre - Diz, antes :
 " Não ouço nada".




(in,Contos filosóficos do Mundo Inteiro, Jean-Claude Carrière .)

12.11.11

espera & esperança













image: J. A. M.

série: Diásporas ( Brasil )

~ Gaibu ~

a varanda é branca com o sol a bater-lhe ainda por cima, depois há o azul-cobalto das águas do  mar e depois ainda, há muitas árvores emaranhadas nos seus verdes a erguerem uma  montanha até a um imenso céu, onde me esqueço e só N  tempo depois, felizmente, acabo por cair
em mim.

aqui ao lado, as folhas das palmeiras continuam penteando a aragem que corre atrás de si e por vezes, alarga-se até á mesa e leva-me as folhas e as palavras e o  que me importa?

na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo saboreiam os encontros, param aqui & acolá, trocam poucas frases poucos, gestos coisas simples, como um sorriso cúmplice na caminhada, já é Tanto !
1 pescador idoso de boné vermelho e corpo fechado, está esquecido ou estará a lembrar-se,  a olharolhar o mar como se lesse um texto.

há em tudo uma paz muito possível aproximando-se provavelmente a um sopro distraído de deus por aki, o ke sei eu ?


 (Perto de Recife-Brasil-2004 )