José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

22.9.08

Sócrates! A propósito



"É preferível ser um homem insatisfeito do que um porco satisfeito;
é preferível ser Sócrates insatisfeito do que um imbecil satisfeito
."



( Stuart Mill)



p.s. Quanto àquele sócrates que nos en calhou, trata-se de um PATARATA *:

*(Dicionário de Língua Portuguesa; Porto Editora): "patarata": s.f. mentira; impostura (B) adj. a pessoa que só diz pataratas; que alardeia qualidades que não tem; pessoa tola, pretensiona; pessoa-afecta; nem mérito mental ou (menos) moral

21.9.08

Rosa de Hiroshima (Secos & Molhados)

série: O(s) GRITO(s) - Das liberdades & Garantias 自由和安全 Freedom and Security




“(…) vir discutir, em 2008, a questão da liberdade.

Mas a verdade é que os últimos tempos têm revelado factos e tendências já mais do que simplesmente preocupantes. (…). Foram tomadas medidas e decisões que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se.

A acumulação, nas mãos do Estado, de informações sobre as pessoas e a vida privada cresce e organiza-se. O registo e o exame dos telefonemas, da correspondência e da navegação na Internet são legais e ilimitados. (…)

(…) TEMOS DE RECONHECER: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente.

Será anestesia?

Resignação?

Acordo?

Só se for medo...”



(António Barreto, in Público)


p.s.1. O sublinhado, cores, eteceteras, foram realizados pelo autor do blogue.

p.s. 2, Bem-hajas TOIX ("Lusofonia") pela dika.

p.s. 3, Se já "eles", andam assim a falar (táctica da vacina ?), o que não-dizem os que andam por aqui, na Mó-de-Baixo?



TRIBES of The MotherLand

(dedicado aos "makakóides" & aos "matrekos" & aos" pataratas", deste país & também.

19.9.08

VADU - La Fora

(FOLHA DE 1 DIÁRIO PERDIDO)




Após o jantar uma caldeirada de peixe bem servida por uma menina simpática, que até me fez lembrar o os nordestes do Brasil onde o meu coração fica sempre mais ele, isto é, claramente com mais luz.
Mas, agora estou no Tarrafal e cheguei mesmo hoje. A viagem no “ayce” demorou-se com mangas pelo meio, vizinhos amigos & sonolentos como eu, e nem o meu grande malão lá atrás cheio de diamantes, pedras preciosas, rubis, esmeraldas, jóias de ouro muitas e de prata algumas, N riquezas, a mala pesadíssima lá pra atrás de pé, ainda por cima encostada a 1 porco branco, que ás vezes rosnava para o silêncio dele próprio e o barulho do veículo pela estrada acima que nem uma seta q.b. doucement dentro do nevoeiro que ás vezes se esquecia de o ser, e então eu já via montanhas verdes, casas perdidas sozinhas por lá onde me apetecia morar

(…)

E volto ao lugar onde estou com o meu grogue da patroa Alita,,, tranquilo,,,tranquilo, cada vez mais dentro de dEUS que me atura, graças a Tudo

(…)

E, depois de ter ido ali à mesa do lado, contar a um menino e ao seu pai e amigos, uma história budista que convinha ao momento, regressei ao sossego luminoso do meu estar só, e é através das palavras que também se vai dizendo e dizendo para alguém entender e se entrar, beber a água já transformada mente em vinho, e assim pronto:
Já posso contar com + um ébrio, à maneira.


(Cabo Verde. Tarrafal. Agosto-2008)

Imagem "acontecida".j.a.m.-2008

msg

"Dragão devorando a própria cauda"



Um dragão refugia-se na Floresta
E de seu Veneno nada escapa;
Quando vê o Sol e o Fogo,
Sua saliva envenenada se espalha e ele voa tão prodigiosamente
Que nenhum animal vivo sobrevive à sua passagem.
Não pode ser comparado nem ao próprio Basilisco.
Quando é mortamente atacado por esse mal corrosivo,
Combate-o com todas as forças.
Suas cores intensificam-se com a morte,
E de seu Veneno faz-se a Medicina.
Investe contra si mesmo todo o veneno
E devora sua própria cauda venenosa
Que deve encontrar em si mesma a perfeição.
O Bálsamo mais nobre jorra desse dragão,
E suas admiráveis virtudes poderão ser observadas,
E delas, todos os Sábios se rejubilam.

BRASIL

(maria)

FOI ALGURES, JÁ NEM ME LEMBRO

Era um recinto fechado à volta, com um local de entrada para lá e eu depois de pagar o bilhete já lá estava:
No centro da noite!
A música sacudia o ar, havia muitos corpos a dançarem aluados de todo ainda com o brilho do Sol acordado na pele e os cheiros de África todos espalhados à toa.
Foi algures, já nem me lembro, e eu sentia-me muito vivo de dentro para fora, como um farol aberto a todo o Mundo. Tudo em mim, tinha um sentido que eu nem pensava e então deixava-me levar pelos dons que a vida me dava.
Quando a Vi, parei:
Alguém mesmo ali á minha frente, dançava no ar, com toda a alegria a saltar pelos olhos de quem se sente mesmo livre e cheia de luz para se dar. Era uma menina negra com aquele jeito despojado e solto de quem nada tem a perder por se sentir gente, e, meu dEUS! era tão bela na sua juventude lisa, pelo corpo a baixo até às asas dos pés.
Aproximei-me, qual andarilho dançante sem eira nem beira, à procura no fundo, de um lugar macio para pousar a minha cabeça de marinheiro sem norte, mas no meu jeito cativo de saborear primeiro os segredos daquela flor.
Foi breve a espera dos meus braços à-volta daquela cintura, as minhas mãos inteiramente à toa a espalharem as gotas muitas de suor pelas costas a baixo e as bocas cheias de sede ambas sem dono.
E logo a noite teve um outro sentido e todas as estrelas dos universos foram poucas para chamarem o novo dia que felizmente demorou a chegar.

José Alberto Mar



(texto escrito algures no Brasil, 2006. Entretanto transformado. N vezes)

18.9.08

série: O(s) GRITO(s): TRABALHO ESCRAVO PARA-KÊ?


ENTÃO: REGRESSEMOS AO EXEMPLO DO OURO

(...)

mas agora lembrei outra pedra demorada
nascendo da madeira das lentas árvores ao crescerem
e depois, já vão sendo mortas
adormecem assim sorrindo dentro das terras e vão-se
ressuscitando numa outra luz
e é muito lenta no tempo sem tempo, mas !
- o que é o tempo?
e começam a luzir lá no início do seu destino
e essa luzinha vai-se espalhando por ela
e é tudo íntimo, recolhido e inteiro
porque também à-volta
Tudo está acordado e atento
Nada se perturba & colabora-se
e então, esse pedaço de madeira
que já esqueceu a sua árvore
começa a ter uma outra alma
e quando há outro espírito num corpo
também há outro corpo à frente dos olhos
e a luz lá no fundo cresce
Cresce e se faz Grande
e já é DIAmante
e mais uma vez o milagre da Vida
acontece: de 1 pedaço apagado de árvore que findou
nasceu uma estrela no chão escondido
das vivas trevas castanhas da Terra
graças a dEUS, graças ao enigma mais longe
na minha mão de aprendiz de poeta
agora ainda




(18.Set.2008)


17.9.08

série: recadinhos


"O amor só é lindo, quando encontramos alguém

que nos transforme no melhor que podemos ser."


(Mário Quintana)


16.9.08

Palmeira Acesa

- imagem criativa. j.a.m. Set.2008 -

HÁ POETAS Assim, A Sério.


CANTO PRIMEIRO
De Manhã! Os tambores
amam
a chama da palavra mão





De manhã! as ilhas
Da minha pátria nascem grávidas
Como o arco-íris
na menina do olho

E falam
De afro-pão E afro-guerra
Como o olho na pólvora do mundo

*

Quando! de manhã
o ovo na colina
meu & minha

Ama a fome das palavras
com o ventre na penúltima sílaba
E a bandeira do útero
rasga o hino da terra crua
o vulcão é força
a ilha é semente
o mar é músculo
a cabra é ouro


(in, "A Cabeça Calva de Deus", de Corsino Fortes, poeta de Cabo Verde)

14.9.08

“Os que viajam mudam de clima, mas não de caráter”.

(Foto. Local: Tunísia)
( título: frase de HORÁCIO)

recados da Ivone



"A esperança inquebrável é força
A esperança misturada com dúvidas, é cobardia
A esperança misturada com temor, é fraqueza"

(texto adaptado)

esTá na Hora! Sempre ESTÁ.


À míngua de tãotanto aqui estar

no que é MUITO nesta Vida
Cheio de Sede até à vergonha
de escutar tantas e tamanhas águas

Valha-me Shakespeare:
o seu entendimento
Começa a aumentar: a maré que sobe
Em breve cobrirá a praia da razão
Que agora jaz suja e lamacenta.
o seu entendimento
Começa a aumentar: a maré que sobe
Valha-me o Ser que em viajem
mais uma vez & outra vez seremos
outros corpos presos por um fio unânime
à luz longínqua que já Aqui está.



Vem viajante amiga, vem nua
como a Natureza : nunca te mascares
ou então, transfigura-te em cada instante
com a aragem que passa, o céu assim,
o voo distraído dos pássaros, a voz
dos misteriosos serzinhos que trabalham
nas poucas florestas ainda,
- Deixa-te vir
e que eu saiba estar então acordado
para te saber logo ao chegares
e que a última lágrima amarga do que já fui
caia esquecida no cálice sem fundo
do meu silêncio futuro
e, não haja mais palavras como estas
para redizerem os meus ilusórios limites
ou desafiarem a suspeita vaidade
do que outros possam "ver"
pois, os barcos já largaram das praias
e é tempo de irmos para o mar alto
que nos chama, e se arde! , a chama



Consumido assim, alguém ficará
de braços cruzados
a ver este mundo afundar-se sozinho?

(...)
"ETERNA VIGILÂNCIA É O PREÇO DA LIBERDADE"


13.Setembro.2008