1º
Por vezes, alguém põe um
dedo na ferida. Quero dizer: alguém acorda a sombra geral dos seus nomes e os
nomes mergulham nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem para os
lugares e os lugares crescem com elas e tudo fica mais Alto. Há quem passe,
olhe de lado e continue a sua vida. Outros há que passam e se detêm por um
pormenor mais chamativo.
2º
Claro que todos os lados,
todos os nomes são pretextos. E os lugares também. Nascemos e morremos por uma
graça indomável perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo enquanto por
dentro acordam e adormecem as sementes povoadas pelos
estranhos frutos de uma sede sem fim.
3º
Vozes e imagens que
cantam a Vida e o exemplo dos milhares de sóis mesmo
sabendo-se que para outros olhares, há um abismo memorial nas cabeças uma outra
idade outra boca menos cercada pelos dons dos dias, na transformação dos
corpos.
(in, “A Primeira Imagem “, J. A.
M.)
Sem comentários:
Enviar um comentário