Pintura: J. A. M. |
Todos
parecemos ilhas
todos
temos as mesmas raízes
entrelaçadas
no fundo da Terra
e
do Sol.
( J. A. M.)
textos poéticos e imagens & etc ~ José Alberto Mar ~
Pintura: J. A. M. |
Todos
parecemos ilhas
todos
temos as mesmas raízes
entrelaçadas
no fundo da Terra
e
do Sol.
( J. A. M.)
Foto: J. A. M. -2021 |
Sona Jobarteh está a entrar pelos lados onde as portas são mais negras. Para que as estrelas resplandeçam mais, nesta infindável noite.
Há na vocação das
vozes um halo universal redondo é este planeta onde agora vivemos.
Como no mar: altas
ondas outras nem tanto, a 7ª onda é sempre ouro nos sons alongados e por tal
sortilégio algo em nós se expande mais.
Tenho
evidentemente os pés nus onde elas esmorecem e eu cresço.
Falo do amor. Falo
sempre do amor.
Mergulhei por aqui
em noites de vãs esperanças. Cheguei a morrer: de encantamentos.
Regressei sempre 1
outro que não conhecia. Enquanto peixes translúcidos me trespassavam. E tudo
era a mesma matéria, tudo estava sempre ligado a uma luz que de longe clamava.
Os sons, as raízes dos sons de Sona Jobarteh, aproximavam tal mistério.
Era uma outra
colheita para a alma, oura voz desconhecida cujas cores não chegavam a ter nomes, aqui
neste mundo em que respiramos?
Cheio de tantas
perguntas, regressava á minha cabana onde acendia uma vela. Eu vivia numa ilha,
desconhecida dos mapas.
E tudo se tornava
claro como um anel de sol virado do avesso. Dentro e fora de mim.
( Rascunho Nº2)
Obra de : J. A. M. |
Portugal-21/02/2021
( Rascunho Nº 5)
Série: Pequenas sabedorias.Series: small wisdoms. J.A.M. |
facebook:
https://www.facebook.com/josealberto.mar
Livro de Contos, escritos em
vários locais de Portugal, Brasil e Cabo Verde.
~ ~ ~
Após um interregno de duas décadas, o
autor decidiu publicar o presente livro.
1ª Edição ( Ed. LeiaLivros). São Paulo.
Brasil -2020.
2ª Edição (do autor). Porto.
Portugal-2021.
(Poeta Sofia Moraes)
f.b. :https://www.facebook.com/josealberto.mar
Instagram: https://www.instagram.com/jose.alberto.mar/
" Deixo a Porta Entreaberta " ( 26 Junho ~15 Julho. Porto. Portugal) |
Tríptico às
Imagens Nuas
1.º
Por vezes, alguém põe um dedo na ferida. Quero dizer: alguém acorda a sombra geral dos seus nomes e os nomes mergulham nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem para os lugares e os lugares crescem com elas e tudo fica mais Alto. Há quem passe, olhe de lado e continue a sua vida. Outros há que passam e se detêm por um pormenor mais chamativo.
2.º
Claro que todos os lados, todos os nomes são pretextos. E os lugares também. Nascemos e morremos por uma graça indomável perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo enquanto por dentro acordam e adormecem as sementes povoadas pelos estranhos frutos de uma sede sem fim.
3.º
Vozes e imagens que cantam a Vida e o exemplo dos milhares de sóis mesmo sabendo-se que para outros olhares, há um abismo memorial nas cabeças uma outra idade outra boca menos cercada pelos dons dos dias, na transformação dos corpos.
(in, “ A Primeira Imagem “ , J. A.
M. - 1998)
" A Céu Aberto " ~ " a Sky to yOu ": J. A. M. |
ARTEINFORMADA (España):
https://www.arteinformado.com/agenda/f/deixo-a-porta-entreaberta-i-leave-the-door-ajar-200610
Foto: José Melim ( 26-06-2021) |
“ We find our own style, when we can't do things any other way ”
( Paul Klee )
“Mais uma vez, se nos afigura que o cunho inconfundível da arte de José Alberto Mar flui naturalmente da matriz existencial do poeta, pintor – e visionário - e de uma radical liberdade do ser e do estar como assumida celebração da vida. (…)”
“ Una vez más, parece que el sello inconfundible del arte de José Alberto Mar fluye naturalmente de la matriz existencial del poeta, pintor - y visionario - y de una libertad radical de ser y ser como celebración asumida de la vida. (...) ”
“ (…) But again, it seems to us that the unmistakable imprint of José Alberto Mar's art flows naturally from the existential matrix of the poet, painter - and visionary - and also from a radical freedom of the being and the existing as an assumed celebration of life (…) ”
( Sofia Moraes. Portugal -2018 )
~ ~ ~
"Arte do futuro, no seu melhor "
"Arte del futuro, en su máxima expresión "
“ Future Art, at it's finest “
( Michael Iva - Chicago, U.S.A. -2019 )
" O LABIRINTO DE DÉDALO "( 100X100 cm ). J. A. M. |
( Ilhas Desertas. Madeira. Portugal )
- in, Livro de Contos: “ O Ouro Breve dos Dias “.
~ . ~ . ~ . ~
COMENTÁRIOS CRÍTICOS ~ CRITICAL COMMENTS:
“(…) Na obra plástica e literária de José Alberto Mar -
pintor e poeta, de motivações filosóficas, percorre-se num tempo de sensações,
durante a energia vital das coisas do Homem, e das marcas que este vai deixando
no seu labor (…) Na sua proposta encontramos com alguma facilidade laços de
estreitamento que cruzam ou juntam civilizações do oriente com latino
americanas, africanas e europeias. (…) São registos que a sua obra espalha, e
nalguns casos com profunda evidência, sendo até comparáveis com as formas de padrões
matemáticos e geométricos, desenvolvidos de há muito na China, na Mesopotâmia
(…) A obra na relação com o espectador
cria um espaço orgânico cujo arquétipo é biológico, celular e vital (…)”
Prof. Dr. Rui Baptista
Translation by: Diana Martins.
~ ~ ~
“LABIRINTO DE LUZES ~ LABYRINTH OF LIGHTS”. ( Exposição dedicada ao génio de Rafael Bordado Pinheiro), CCC - Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha – 2017)
REVELAÇÕES:
“(…) No alfabeto, que ao longo do seu percurso tem criado,
reconhecemos a natureza (signos sugestivos de sóis, luas, borboletas, flores),
o humano (cruzes, cabeças, corações, olhos) e formas ancestrais ou reinventadas
numa caligrafia(1) aliada à cor sobre o branco mudo do papel.
Ora, quando o conjunto das formas se compõe em sistema surge o estilo,
pois em cada um dos dados visuais da obra se reconhece a presença de uma
“totalidade” pela qual o autor se revela de forma dinâmica, deixando uma marca
inconfundível da sua arte.(…)
Em suma, é de um universo que falamos nascido da correlação
plurívoca de signos, sinais, visões, onde o artista se reflete em símbolos
comunicantes, representando em cada quadro a sempre nova face de um sempre
eterno mundo.
Poeta Sofia Moraes
(1)
Já em 1995, o pintor e crítico Eurico Gonçalves
destacava a “pintura-escrita” de José Alberto Mar (in “VII Bienal
de Cerveira-Tranquila e sem sobressaltos”. Diário de Notícias,
17.08.1995)
“(…) The alphabet, which the artist along his way has been
creating, allows us to recognize Nature (suggestive signs of suns, moons, seas,
flowers), humans (crosses, heads, faces, eyes) and other ancestral or
reinvented forms, a kind of icalligraphy (1) united to colour on the white
muteness of a paper. However, when all the gathering forms are presented as a
system a style arises, because in each visual element of this work we recognize
the presence of a "whole" through which the author dynamically
reveals himself leaving this way, a distinctive mark on his art. (…)
In short, it is from a new visual universe, a "a unique
style", born from the plurivocal correlation of symbols, signs and visions,
where the artist is reflected in communicating symbols, representing in each
work the ever new face of an everlasting world ".
(1)
Already in 1995, had the painter and critic
Eurico Gonçalves highlighted the “painting-writing” by José Alberto Mar (in
“VII Bienal de Cerveira -Tranquila e sem sobressaltos”. Diário de Notícias,
17.08.1995)
Translation by: Isaura Pereira.
~ ~ ~
( Exposição de Pintura: “o ouro breve das imagens”, Galeria QuadraSoltas, Porto - 2018)
Mundos (im)possíveis?
“(…) Mas, mais uma vez, também se nos afigura que o cunho
inconfundível da arte de José Alberto Mar flui naturalmente da matriz
existencial do poeta, pintor – e visionário - e de uma radical liberdade do ser
e do estar como assumida celebração da vida. (…)”
Poeta Sofia Moraes.
(IM)POSSIBLE
WORLDS?
“(…) But again, it seems to us that the unmistakable imprint
of José Alberto Mar's art flows naturally from the existential matrix of the
poet, painter - and visionary - and also from a radical freedom of the being
and the existing as an assumed celebration of life (…)”
Translation by: Isaura Pereira.
“Future Art, at it's finest “
(Michael Iva - Chicago, U.S.A., 4-10-2019)
( A Escada de Jacob. J. A. M.) |
J.A.M. (21-02-2021)
( Caminhos de Santiago. Póvoa do Varzim. Foto: J. A. M.) |
Há em tudo
uma paz impossível, e eu vejo o teu rosto e tu pareces não ser.
Olho-te de novo, e tu olhas-me assim:
tão perto e tão longe, no fundo de mim, que me deixas mais nu.
Eu sei:
és aquela que me ama do fundo das águas
que agora nos unem.
Eu sou aquele que procura
e te entrega o silêncio inteiro das minhas duas mãos nas tuas.
Pois, no fim desta escuridão
somos sempre sozinhos.
A partir de agora, entre nós
não haverá mais segredos.
Foto: J. A. M. |
Pintura: J. A. M. |
era uma porta vermelha
( preâmbulo )
fui jantar ao chinês ali ao lado. A patroa, a Rosa, continua com o mesmo rosto que tinha há uns 10 anos, quando a conheci num outro restaurante ainda era empregada, continua com o mesmo corpo, até o jeito leve de cirandar por entre as mesas e aquele sorriso tão amplo como contido, que eu nunca cheguei mesmo até lá. Fascina-me esta mulher de tão longe, a modos que frágil e sempre tão atenta aos meus saqués. E depois venho-me embora a tentar desembrulhar-me daquele sorriso que vai comigo até outra coisa qualquer se atravessar no meu caminho.
era a mesma porta vermelha?
Imagem transformada. J.A. M. -2021 |
Poema em Saldo Nº25
Uma data que regressa sempre
transparente à cabeça
um sino pendular nas cavernas do corpo
e então escrevê-lo é abrir as potências
do sangue, dos pés até à raiz
dos cabelos, deixar crescer
a vida circular dos dias
pelo silêncio poderoso
se fundamenta um olhar
um sonho, uma estátua invisível
dentro da memória
ordena-se o esquecimento
mantendo sempre a respiração do Mundo
entre muitos e muitos horizontes.
Pintura: J. A. M. |
à-volta
era um lugar que, mal entrámos, se tornou ausente. Talvez houvesse um espaço,
um tempo, quatro olhos duas pontes comunicantes sobre algo circular o tampo de
mármore da mesa onde as palavras caiam redondas,
finitas e havia miríadas de estrelas a rebentarem no desamparo das mãos quando
se tocavam. Bailando, bailando os dedos finos de uma alma sensível no fim das
hastes, re/parei.
As
gaivotas vinham açoitadas pelo mar sem pescadores e abriam lá fora os espaços altos à procura. Eram sombras
nos intervalos apanhadas pelos acasos, quando olhava de soslaio pelas vidraças
húmidas do café. Enquanto ambos estávamos num fogo adormecido apesar de darmos por ele.
À-volta havia os outros, longínquas sombras, e em poucos minutos nem sombras já
aconteciam. Por dentro senti metafóricos desejos de serem mais, algo que só na
altura sabia, cresciam para cima & para baixo como nas árvores a seiva, nas
galáxias a luz.
Agora vejo como fui vago nessa travessia. Luz dos teus olhos bebiam a minha sede. E, era uma sede viajada para dentro, ensaiada pelas danças do silêncio. Por onde perscrutava os teus altares aguardando vislumbrar o fino ouro do teu mistério.
( J. A. M. - Rascunho Nº 17)
Obra: J. A. M. ( Artista convidado) |
Depoimento do autor ( artista convidado):
~ ~ ~
ARTEINFORMADO ( Spain):
https://www.arteinformado.com/agenda/f/mostra-museu-arte-na-quarentena-196375