José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

3.4.17

Freedom ~ Valdi Sabev ~


série: Diásporas.


~ Mercado de Sucupira ~

7 horas e tal, as mãos cheias de moscas,  várias sacudidelas às vezes,,, i
uma delas está a poisar AGORA!...Zás !...apanhei-te….
e depois olho e não vejo nada
e então, no interior de uma antiga camioneta transformada em restaurante, depois de ter aviado uma cachupa num prato de lata redOndo mesmo, estou numa mesa à porta da dita a colher imagens da gente que vende coisas, que compra algumas dessas coisas e da gente que passa de um lado para o outro abrindo naturalmente o ar que as ampara.
No geral “ a coisa está preta”. Depois, levanta-se nas cores das roupas. Dá-me a impressão, ainda sujeita a posterior confirmação, que o vermelho é o eleito. Impõe-se só por si, a seguir há os amarelos e os verdes em N tons. O verde-alface é bem considerado por aqui. O branco, obviamente.
Uma jovem mulher expõe com 1 só braço suspenso exactamente uma garrafa grande de água gelada e espera alguém que a leve. Tem uma bunda maravilhosa e sei lá por que é que olhei para este caso.
Alguém transporta carne de um animal já muito morto numa bacia de plástico cor-de-rosa em cima da cabeça, mas o que eu vejo com estes 2 olhos que a terra há-de comer, é uma chusma de moscas tresloucadas com o manjar. Irão pesar as moscas também aquando do negócio ou serão o brinde, com certeza.
Lá ao longe o céu está assim-assim-escurecido, sei lá o que vai ser por aki nunca se sabe & já transpiro bastante ponho-me nu, da cintura até á cabeça exponho o peito a alma tudo.
Passa mesmo á frente do meu nariz, uma menina toda sirigaita retocando os cabelos com uma mão distraída e a treinar o gingar das ancas que ainda se estão abrir às sementes que um dia virão, e lá vai ela muito compenetrada no seu papel de ser gente também, à espera de ser amada quando acontecer e será para breve, suspeito.
Ali vai um gajo todo inclinado para o rádio na mão esquerda junto ao ouvido do mesmo lado e é música que não tenho tempo de saber, mas com aquele ar tão feliz é boa de certeza.
Ainda
as eternas mangas as bananas ao lado juntas ao quilo, tudo ordenado segundo 1 critério colorido e  a evidente & dura realidade da sobrevivência. São as mulheres, sempre rodeadas de bandos de filhos que erguem toda esta trabalheira. Cumprem-na devotadas e depois ao fim do dia, no silêncio pesado da noite instalada, desenlaçam-se, encostam ao de leve a cabeça a uma esperança que nunca vislumbrei e ficam assim desimportadas até que o sono as recolha.
O papel dos homens por estes lados, parece-me que é atirarem-se a elas esporradicamente e depois basam logo na primeira curva dencontro às luzinhas do grogue, ou desenrascam mais um poiso temporário algures numa outra ilha, por onde vão cumprindo os seus ancestrais ofícios de marinheiros vagabundos.
E são as mulheres as raízes destas 10 ou dez mil ilhas.
O resto é mar, mar e mais mar
e depois ainda
o    m ~ a ~ r
 
 
(J. A. M. ~ Cabo Verde. Ilha de Santiago. Praia – 2008. Alterado.2011;2017; e 4-4-17)

1.4.17

bOm fim de semana ~ gOOd weekend


Msg a Garcia


QUANDO:

- Para produzir, precisa autorização de quem não produz nada.
- Comprovar que o dinheiro flui para quem negocia com favores, não com bens.
- Perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e influência, não pelo trabalho.
- As leis não nos protegem deles, mas, são eles que estão protegidos.
- Souber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício.


Então a sociedade está condenada".

 
 ( Ayn Rand.1925)  

 

31.3.17

Msg a Garcia

J. A. M. ( Imagem trabalhada)


Huxley entendeu o processo pelo qual seriamos cúmplices da nossa própria escravidão.
Orwell entendeu a escravidão. Agora que o golpe é evidente,estamos nus e indefesos?
 - Caroço de fruta verde é veneno.
 
-.- dr. zé kalunga -.-

 

29.3.17

~~~ Vadu ~~~


~ tu que eras de uma elegância demasiado bela, a começar pela luz de dentro
que te caía no rosto e se espraiava largamente  no sorriso desenhado em pontes de encontros para todos os lados  da vida, foi assim que te vi no bar da Alita, no epicentro quase da Praia e do Mundo. E tu, meu sakana, vais-te embora sem um sinal apenas um qualquer aviso nem nada. Isto não se faz aos amigos. Mas. Espero-te 1 dia destes, lá nas montanhas onde vivo entre as árvores estreladas cá em baixo, não precisas de bater á porta sabes como somos ainda te lembras do pássaro que poisou no balcão entre as nossas luzes e fikou ali a escutar-nos?

(baú das Diásporas. 16º = 7)

 Vadu na Cidade Velha:https://www.youtube.com/watch?v=MxSHNsFLaWw&list=PLj73tVZ6bm7We0nA5_A0Pzg7yA9IWsoXg

Msg a Garcia.

 
- Inconstância -

“ Não chorem mais senhoras, não chorem mais, pois os homens serão sempre enganadores; um pé no mar, outro na praia; nunca constantes."

William Shakespearein ,Muito Barulho por Nada.

LA Smoke Rings ~ Laurie Anderson ~

J. A. M. ( Imagem Trabalhada)


símplices

28.3.17

Msg a Garcia.


" andam com as cabeças no ar, prós lados
onde as bananas maturam devagar. "

.-. dr. zé kalunga .-.

De coração na cabeça.

J. A. M. ( Série: Anos 70/80 por aí )

Spirit Science. Power of the Heart.O Poder do Coração.
  
https://www.youtube.com/watch?v=q0xU6T2pAnA&t=115s



 




Msg a Garcia.



" Tyger, tyger burning bright in the forests of the night "

 ~ William Blake ~

27.3.17

flor astral

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
( poster: FlOr  astral - in, " Green+you" -J.A.M.)

~~~

a lei do boomerang

 
 
"É justamente porque ele não é competitivo que o mundo
não consegue competir com ele."
( Lao Tsé)
autor: J. A. M. /80
 
 


Ali Farka Touré ( l i V e )


24.3.17

ESCULTURA ( A oliveira de Serralves)

 
   (Foto: J. A. M. )


"Nascida no coração do Alentejo, esta oliveira com quase 1500 anos de existência, faz parte da história de Portugal. Uma oliveira que resistiu, nas últimas décadas, ao progressivo abandono e desinvestimento no olival português."
~ A finalizar a circunferência:
 https://www.youtube.com/watch?v=izXVK_1-ooU

série: pequenas sabedorias -.- series: small wisdoms

 J. A. M. ( 4 obras -.- 4 works )

Intrudução à Telepatia ( 1987)



Algures pertenço ao silêncio
enquanto suspendo da boca
o fio liso das montanhas nos horizontes
recortadas junto às luas.

Mansas mulheres
devoram-me as esquinas ás palavras
passeiam-se em línguas estrangeiras
estão atentas às suas imagens.

Hoje ocupo-me dos pequenos milagres
da linguagem. Fui esquimó europeu árabe
e em todos tive a mesma voraz atenção
a mesma língua muda transparente
em cada sílaba eu senti
o vai-vem dos corações sem tempo.

Encontrei poetas pessoas sentadas
cheias, outras a dormirem cansadas
da eternidade.
Em cada um vi a idade nua, fechada
por uma obra silente nos olhos.
Em cada língua soube falar calado
e não houve alguém voltado de repente
olhando-me atónito
como se estivéssemos colocados fora
do lugar.

Por isso, toco o silêncio. Muitas vezes.
Queimo-me nas vertigens dos gestos falados
querendo prolongar este talento tão ardente
& tão natural
a espera fulminada pelos dons das mulheres leves
intuitivas
pois é delas esta arte adivinhatória, este estilo
totalmente original
abandonando os campos absurdos da mente.

As paisagens iniciais atam e desatam-me
o corpo. Os silêncios vivem de um veneno puro
no éter, desdobram a luz das estrelas
por onde outros códigos cantam os corpos
comunicantes
em claros encontros fora das palavras.


Autor: J.A.M.

(Retrospetivas, fase intelectualin, O Triângulo de Ouro.
( Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores-1987.Elemento do júri: António Ramos Rosa. Editado em 1988)


22.3.17

Cosmic Connections ( Spirit Science ~ Ciência Espiritual)


" thy word is a lamp unto my feet "

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autor: J. A. M. ( /80)

Alguém passeia-se porque lhe deu para tal



Alguém passeia-se algures por caminhos e paisagens onde há pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de repente, por algo que o chama sem dar-bem-por-isso e há um diamante entre as suas mãos, o olhar turva-se pelo brilho demasiado naquele instante mediático que também o sol, atento a tudo onde há vida, lhe oferece e depois?
 
Há quem logo veja ali um presente, há quem não dê conta do vislumbre que lhe aconteceu e continue apegado aos seus hábitos, atirando o pequeno calhau para as águas do rio que desliza por ali no seu ocaso indiferente a tudo isto.
 
Os hábitos escravizam  tornam-nos cegos.
Todos os dias acontecem coisas assim, parecem banais porque são diárias, mas não o são, não.
Nada é banal nesta vida que nos está acontecendo.
E por aqui os diamantes não têm quaisquer preços, são iluminadas fontes metafóricas, criados pela infindável sede que também vive nos profundos lençóis da Terra:
Quanto demora uma árvore a ser luz?


(J.A.M. - BhutanAgosto-2010. Alterado.2016.Alerado.2017)

21.3.17

Zodiacal Light ~ Luz Zodiacal

Autor: J. A. M. ( 2016 )

Tríptico às Imagens Nuas.

 
1.º
 
Por vezes, alguém põe um dedo na ferida. Quero dizer: alguém acorda a sombra geral dos seus nomes e os nomes mergulham nos ritmos do sangue e logo as mãos crescem para os lugares e os lugares crescem com elas e tudo fica mais alto. Há quem passe, olhe de lado e continue a sua vida. Outros há que passam e se detêm por um pormenor mais chamativo.
 
2.º
 
Claro que todos os lados, todos os nomes são pretextos. E os lugares também. Nascemos e morremos por uma graça indomável perdida no tempo. Andamos às voltas disto tudo enquanto por dentro acordam e adormecem as sementes povoadas pelos estranhos frutos de uma sede sem fim.
 
3.º
 
Vozes e imagens que cantam a vida e o exemplo dos milhares de sóis mesmo sabendo-se que para outros olhares, há um abismo memorial nas cabeças uma outra idade outra boca menos cercada pelos dons dos dias, na transformação dos corpos.

 
( in, A Primeira Imagem, 1998)

 

 

Tribal Tribute (Beat Blasters)


18.3.17

la solitude


 
J.A.M. ( foto)
 
"Now that my house has burned down I have a better view of the sky"
~
"Agora que a minha casa ardeu eu tenho uma visão melhor do céu"

Imagens Afundadas na Memória (15ª)

 
 
Como um navio deixa nos olhos uma sombra em
movimento o mundo é um cais iluminado só por
um lado crescem as raízes das estrelas que os
dedos sonham apesar das palavras agora falo-te
assim como um navio vai de imagem em imagem,
lentissimamente, atravessando um instante sempre
atrás de outro o tempo é uma água calada que não
pára de navegar.
 
 
J.A.M.
 
(Retrospecivas. in, "A Primeira Imagem",1998)

16.3.17

Msg a Garcia

J.A.M. ( Foto trabalhada)
 
 
A criação de mil florestas está numa bolota”.
 
(Ralph Waldo Emerson)
~~~~~
"The creation of a thousand forests is in one acorn”.
 
(Ralph Waldo Emerson)

 
 
 
 

 
 


Barco Negro ( Amália Rodrigues) ~ English Subtitles


a viagem

série: diásporas.

 
JÁ  FUI  AO  PARAÍSO
 
Há coisas do diabo. Já fui ao Paraíso.
E voltei. Estava já quase acordado na cama do meu quarto no Hotel Europa, quando a Ana e a Joyce abriram a porte em leque cheias de sorrisos floridos e me convidaram para darmos um passeio pelas franjas de Gaibu. Lá me levantei um tanto ou quanto aturdido pelas caipirinhas da noitada anterior, mas depois de beber o coco fresco que me atiraram de chofre, vesti a t-shirt e os calções de sempre e lá fomos, que nem 1 trio harmonia pelo dia adiante
Passámos pela linda praia de Calhetas, onde vi ondas debruçadas sobre a própria espuma, depois de serem verde-esmeralda e azul-turquesa e também vi uma foto do jovem Eusébio no recatado bar lá do sítio, ao lado de N ilustres que por ali tinham po(u)sado algures, ao longo dos seus destinos. Depois, continuámos a caminhar por entre árvores, plantas e flores de muitas cores e aromas, Tudo era enorme, até que a certa altura, num morro inesperado e cheio de azul muito azul do céu, vi uma tabuleta tosca de madeira com a palavra: “PARAÍSO”. As minhas companheiras apanharam o meu ar aparvalhado e eu apanhei-as a sorrirem apenas cúmplices.
O que é que havia a dizer?
Lá descemos entretidos com os pés de cada um, a saltarem de pedra em pedra, até que desembocamos numa espécie de praia com a água muitomasmuito transparente e a areia era prateada pelo pôr-do-sol que se diluía pelas águas até ao esquecimento. Sentámo-nos a olhar e a escutar o mundo à volta através daquele ponto de vista, dentro do ponto de vista de cada um e os três sentados juntos com as 6 vistas desarmadas, despidas, deliradas. Já não sei e pouco me rala, o tempo (o tempo? J ) que poisámos ali, a respirar aquele lugar tão belo e simples irrealmente em tudo. Lembro-me vagamente que as palavras eram coisas a mais e a ninguém lhe passou pala cabeça falar de tal coisa.
Quando regressámos a Gaibu, numa camioneta que ainda circulava, já lá estava instalada uma festa claramente aberta á nossa espera.
 

J.A.M.
(Brasil. Pernambuco.Gaibu.2004. Alterada.2006; 2015; 2016;2017)

13.3.17

há anjos na noite & para eles o meu azul é pouco



















( J.A.M. ~ foto trabalhada)

(series: allucinations)

Msg a Garcia


lá por haver cegos, não quer dizer
que a luz não exista

(J.A.M.-1435)
J.A.M. ( série: pequenas sabedorias)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


OCULTO REVELADO. - Mecânica Quântica -


Estrelas Apagadas



já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves& ondulantes pensamentos o horizonte, como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava & tudo estava unido. Os barcos continuavam a balançar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao aconchego do útero.
Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.
 
 
José Alberto Mar

 (Out.2010.Modificado.Março.2016. Publicado no f.b. Março.2017))

10.3.17

Bom fim de semana ~ Good weekend













( Foto: J.A.M. - Galiza. España )

HÁ GENTE QUE MANDA NA GENTE PARA SE SENTIR GENTE

 

J.A.M.- O Grito (imagem trabalhada.)
 
Há "gente" que manda na gente, só para se sentir gente. Eu, cá para mim, não gosto  nada dessa "gente". Prefiro, de longe, a gente que gosta da gente, sem lhe apetecer mandar na gente. Pois, essa "gente", que só gosta de mandar em toda a outra gente para se julgar gente, cá para mim, não são gente, mesmo. Porque se essa "gente" fosse realmente gente, entendia claramente, que não é necessário haver gente-por-cima & gente-por-baixo, dado que toda a gente nasce despida e toda a gente vai desta para melhor, vestida por outra gente.
Mas, porque é que o raio que os parta, dessa "gente" que continua a mandar em toda a outra gente, não começa por saber mandar neles próprios, para se tornarem verdadeiramente gente?
 
 Essa "gente" é mentecapta, muito inteligentes sem dúvida mas com a inteligência ao serviço da estupidez, têm a lucidez do tamanho da astúcia,  são inequivocadamente infelizes, intranquilos, sem  paz por dentro, escuros, desalmados até, mas nós  a gente,  que culpa temos disso? Embora essa "gente" nos castigue  continuadamente por isso.
 
 
Gente deste & daquele ramo dessa árvore putrefacta, crentes disto & daquilo, governantes Grandes & governantezinhos pequenininhos, lá vê a gente aquela outra “gente” a continuar a mandar para nos ludibriar, escravizar, espezinhar, ignorar  & roubar a toda a minha nossa gente (…)
 
 
Claro que também há gente que se deixa levar  assim, por essa "gente" seguem-nos cegamente e então só é gente assim-assim  entre os muitos lados das gentes.
Nesta coisa de haver gentes, "ser ou não ser é“ mesmo a questão, pois cá para mim não há
meias-gentes, propriamente dito.
(...)

 

 

(Texto-esboço-inacabado-quiçá- Agosto.2007. Modificado.2009.Modifica.2017.)

Guerreiro com 2 hearts.Warrior with 2 corações

A Lei e a Liberdade



Não entendo essa ausência de rigor
dissipando a morte
no fundo insípido dos dias

Seja o que fôr que haja pelo menos uma vez
um olhar grandioso
sobre o grandioso mundo
que uma mão se liberte libertando a imagem
e seja pássaro, ideia ou nuvem
ou um íntimo segredo abraçado á vida.


(in, "s Mãos e as Margens". Ed. Limiar.1991.)

9.3.17

A Última Droga: Oxigénio.



















J.A.M. ( poster.cartaz.Imagem trabalhada)

Msg a Garcia


Tudo está á mão de semear.
Nós só apanhamos o que está á nossa altura.


( J.A.M. - séc. 21)

6.3.17

O Barco Noturno


 
Foto: J.A.M.
 
 
 
o barco, no alto mar
acesa é a noite que o desenha
contra o fundo estrelado enfim

o barco com a sua âncora abismada
as cores dos peixes estremecem
o silêncio fundo do que é sagrado

o barco como metáfora de alguém
que olha o horizonte alongado dentro.

 

 
(Maio.2010. Alterado.2016. Alterado.2017)



1.3.17

estrelas apagadas


 
 
já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos sentados calados curvados olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulantes pensamentos o horizonte, como quem lia 1 texto antigo.
Entretanto as nuvens de um lado para o outro, fragmentariamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam impavidamente diferentes. Nada se cruzava & tudo estava unido. Os barcos continuavam a balançar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco longínquo que ainda perdura pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e também não, a hora da partida. Em casa os filhotes mais novatos choramingavam por comidas diferentes e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso junto ao aconchego do útero.
 
Os pescadores, disse-me um dia um amigo vagabundo nas viagens, viraram estátuas fixas e ali estancaram para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares.




José Alberto Mar

(Out-.2010. Modificado.Março-2016)
 



 

 

a grandiosa dança ~ the great dance











J.A.M. (2000)

Nº 14 ( Ressureição)



" Eis que o Pai, coberto de suor por causa do Filho,
rogou do fundo do coração ao Senhor,
a quem, de fato, tudo é possível,
pois que cria todas as coisas. E pede-lhe para fazer sair de seu Corpo seu Filho,
Que o ressuscite.


O Senhor não deixa de escutar sua prece,

 e ordena ao Pai que durma.

Enquanto repousa na paz do sono,
faz cair do alto uma chuva
através da clara abóbada constelada,
Uma fecunda chuva de prata pura e verdadeira
,

que rega e enternece o coração paterno.

Ó Deus, ajude-nos também a obter Sua Graça! "