José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

6.4.11

poema à deriva

 
Até que ponto habitas essa luz de onde sangras as tuas palavras, até que ponto, és o ponto, de onde ainda não saíste?
Abres as portas e as janelas e as cortinas do teu mundo, sentes o sol que deus te dá e debruças-te sobre uma folha em branco, escurecendo o dia, desenhando as formas do teu corpo, atravessado pelas luzes dos sinais que ainda insistes em  lamber. Apenas respiras o esboço do teu ser contornado  por 1 sol que vem de fora.
Mas esta luz de que te falo
vem de dentro, de um outro astro mais entranhado na vida e no teu sangue, 
um outro sol  mais demorado no nosso olhar.


José Alberto Mar

(poema inicial de 2006)

1 comentário:

  1. Li este "Poema à Deriva", uma, duas, três... Quantas vezes?
    Deixei-me, em cada uma das vezes, invadir pela cadência: bebi as palavras, sílaba a sílaba – as vozes sonoras entram-nos no sangue. Percorrem-nos as veias, até ao ar que respiramos.

    Conservam-se nos nossos olhos, num perpétuo mover “à deriva” – de sonhos…

    (Eugénia)

    ResponderEliminar