Até que ponto habitas essa luz de onde sangras as tuas palavras, até que ponto, és o ponto, de onde ainda não saíste?
Abres as portas e as janelas e as cortinas do teu mundo, sentes o sol que deus te dá e debruças-te sobre uma folha em branco, escurecendo o dia, desenhando as formas do teu corpo, atravessado pelas luzes dos sinais que ainda insistes em lamber. Apenas respiras o esboço do teu ser contornado por 1 sol que vem de fora.
Mas esta luz de que te falo
vem de dentro, de um outro astro mais entranhado na vida e no teu sangue,
um outro sol mais demorado no nosso olhar.
vem de dentro, de um outro astro mais entranhado na vida e no teu sangue,
um outro sol mais demorado no nosso olhar.
José Alberto Mar
(poema inicial de 2006)
Li este "Poema à Deriva", uma, duas, três... Quantas vezes?
ResponderEliminarDeixei-me, em cada uma das vezes, invadir pela cadência: bebi as palavras, sílaba a sílaba – as vozes sonoras entram-nos no sangue. Percorrem-nos as veias, até ao ar que respiramos.
Conservam-se nos nossos olhos, num perpétuo mover “à deriva” – de sonhos…
(Eugénia)