(...) já a noite tinha sido iniciada, os pescadores juntos/ sentados/ calados/curvados / Olhavam presos por um fio emaranhado de leves & ondulados pensamentos aquele horizonte como quem lia 1 texto bem antigo.
entretanto as nuvens de um lado para o outro, dispersamente orquestradas pelo seu próprio destino, lá iam pavidamente diferentes.
Nada se cruzava & tudo estava unido.
os barcos continuavam a baloiçar o cais. O mar sempre estivera ali como se fosse eterno. Como um eco profundamente humano perdura sempre, pelo poder dos olhares de muitas gerações.
E os pescadores aguardavam como quem espera e tambémjá não, a hora da partida.
em casa, os filhos, trakinavam por comidas e as mães afagavam-lhes os cabelos, com um sorriso emprestado pelo aconchego do útero.
Os pescadores - disse-me 1 dia um amigo vagabundo - viraram estátuas fixas-permanentes e ali estacaram, para o gáudio dos turistas que acudiam aos magotes e as crianças, agora pediam moedinhas com uma vida inteira moribunda nos olhares
(Out.2010)
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