José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

2.9.11

JÁ FUI AO PARAÍSO



Há coisas do diabo. Já fui ao Paraíso. E voltei. Era um lugar sem a chatice dos turistas, a uns bons quilómetros de Recife, em direcção a um dos pontos cardiais do mundo. Estava já quase acordado na cama do meu quarto, no Hotel Europa, quando a Ana e a Joyce abriram a janela, cheias de sorrisos floridos e me convidaram para dar um passeio pelas franjas de Gaibu. Lá fomos, que nem 1 trio harmonia pelo dia adiante.
Passámos pela linda praia de Calhetas, onde vi ondas debruçadas sobre a própria espuma & mais espuma sempre, depois de serem verde-esmeralda e azul-turquesa, e também vi uma foto do jovem Eusébio no bar lá do sítio, ao lado de N ilustres que por ali tinham po(i)sado algures, ao longo dos seus destinos.
Depois, continuámos  por entre árvores, plantas e flores de muitas cores e aromas, até que, a incerta altura, num morro inesperado e cheio de azul muitazul do céu, vi uma tabuleta tosca de madeira com a palavra: “PARAÍSO”. As minhas companheiras apanharam o meu ar aparvalhado e eu apanhei-as a sorrirem apenas cúmplices.
O que é que eu tinha a dizer?
Lá descemos entretidos com os pés de cada um, a saltitarem de pedra em pedra, até que desembocamos numa espécie de praia com a água muitomasmuito transparente e a areia  prateada ao pôr-do-sol  diluído pelas águas até ao esquecimento. Sentámo-nos a olhar e a escutar o mundo através daquele ponto de vista, dentro do ponto de vista de cada um e os três  juntos com as 6 vistas desarmadas, despidas, deliradas. Já não sei  e pouco importa, o tempo (o tempo?) que poisámos ali, a respirar aquele paraíso tão simples real mente em tudo. Lembro-me vagamente que as palavras eram coisas a mais e a ninguém lhe passou pela cabeça falar de tal assunto.
Quando regressámos a Gaibu, numa camioneta que ainda circulava, já lá estava instalada uma noite claramente aberta á nossa festa.

(Pernambuco-Brasil. Gaibu.2006.)


1 comentário: