Pintura de J. A. M. ( 100X100 cm) |
alguém passeia-se
algures por caminhos e paisagens onde há pedras pelo chão e acontece-lhe
curvar-se de repente, por algo que o chama sem dar-bem-por-isso e há um diamante
entre as suas mãos, o olhar turva-se pelo brilho que o sol, atento a tudo onde
há vida, lhe oferece no mesmo instante e depois há quem veja logo ali um presente, ou há quem não dê
conta do vislumbre que lhe aconteceu e continue apegado aos seus hábitos,
atirando o pequeno seixo para as águas de 1 rio que desliza por perto no seu
ocaso indiferente a tudo isto.
Os hábitos
escravizam, tornam-nos cegos.
Todos os dias
acontecem coisas assim, parecem banais porque são diárias, mas não o são, não.
Nada é banal nesta
vida que nos está acontecendo.
E por aqui os
diamantes não têm quaisquer preços, são iluminadas fontes metafóricas, criadas
pela infindável sede que também habita os profundos lençóis da Terra. E das pessoas, também.
- quanto demora uma idade a ser luz?
(Ourique. Alentejo. Portugal)
- Rascunho Nº 287 -
"Os hábitos escravizam-nos, tornam-nos cegos": tão verdade. E eu queria continuar a vislumbrar fundo "diamantes" - sem preço - encontrando-me com seu brilho, entre seixos...
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