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INSTALAÇÃO ARTÍSTICA. Ourique.Santana da Serra. Autor e Foto: J. A. M. |
(folha Nº 13)(…) Então, hoje ensinei os
meus discípulos a plantar 1 carvalho (1 e 2). No novo quintal, que aluguei à Junta de
Freguesia aqui da zona, vá lá não foram alarves no negócio até não pareciam
políticos (depois, dá-nos umas flores para a festa cá da Terra.
Está bem!).
Não chamei as crianças
nem lhes dei secas de aulas teóricas e essas outras tretas que por aí andam
nos ensinos oficiais deste ofuscado e bem~dito país, peguei na pequena haste da futura
árvore, construí um buraco a condizer
e eles aconteceram ali a olhar para a circunstância. Depois, fui ao poço com um
cântaro e despejei a água que julguei necessária à firmeza da terra abraçada às
raízes do novo hospede. Olhei para esta obra na companhia de 4 olhos
debruçados, atentos, até vislumbrei como admirados e pensativos, quem o haveria
de dizer, tratando-se de gatos.
Confirmado a facto em
si, in loco, um dia destes haverá um pouco mais de oxigénio para o
Planeta, que bem-precisa! há por aí, pelo Mundo a fora, pessoal a fazer o
mesmo, graças a Deus! nem tudo está perdido, penso às vezes em momentos de um
inesperado fervor e uma boa dose de subitânea esperança.
Enquanto agora os meninos,
refastelados na almofada de flores exóticas, de onde várias cores se
desprendem, olham para mim como se eu fosse um ser estranho (…)
Francamente...
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(1 e 2) A escolha da futura árvore,
aconteceu-me facilmente. No geral, vivo
em Portugal. “A maioria das florestas autóctones do continente de
Portugal eram carvalhais. Daí a razão de existirem tantas terras
com o nome de Carvalho(a), Carvalhal(ais), Carvalhosa, Carvalhedo(a),
Carvalheiro(a), Carvalhinho(a), Carvalhido, e mais especificamente Cercal e
Cerqueira que são arvoredos de Carvalhos-Cerquinhos (Quercus
faginea subsp. broteroi)." (tradução livre)
Flora Lusitanica é um livro de Félix
de Avelar Brotero, com descrições sobre a flora portuguesa,
escrito em latim. Obra, publicada em 1804. Tratou-se da
primeira obra acerca da flora portuguesa sendo descritas 1885 espécies, muitas
delas desconhecidas até então pela ciência, tendo também sido a 1ª que formulou uma nomenclatura da botânica
portuguesa.
Nota:. Para
os Celtas, especialmente para os druidas tratava-se de uma árvore “sagrada” e
há muito a dizer acerca deste assunto, mas por hoje fico por aqui.
( in, Livro inédito do autor:J. A. M.)