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Pintura ( J. A. M. ) |
28.1.25
Caminhos Peregrinos
26.1.25
22.1.25
Os Dias Breves Visões
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Pintura. J. A. M. |
18.1.25
Para quem é mendigo à frente do prodígios do Mundo
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Pintura. J. A. M. |
31.12.24
Tempos de transição
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Pintura. J. A. M. |
Permanecem um desentendimento algo que transcende.
Entre as dúvidas e as certezas arde o silêncio da curva
fechada da ignorância, da distração, da língua de alguns
Vivemos tempos de transição.
Há sombras que se iluminam e se dissolvem, há luzes
Por mim, para já, não sopro nenhuma bandeira, não assinalo
Na minha cabeça as oficinas trabalham em vão.
No meu coração tudo se alinha. Na minha intuição, também.
23.12.24
21.12.24
Parece haver um destino nesta viagem
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Pintura. J. A. M. |
o barco acompanha a sua sombra ondulada pelas águas do rio. É um rio largo, com as margens erguidas por uma floresta imensa. Que na lonjura escurece todos os nomes.
Por cima pássaros e nuvens passeiam-se com o sol por testemunha.
13.12.24
A Vida é um sopro
Pintura. J. A. M. |
Os dias cresceram, os anos cresceram a luminescência do sobrenatural também.
Vi na antecipação das auroras, a linha inexistente entre a luz e as sombras. Vi com os olhos, as mãos, o corpo inteiro.
Era o sobressalto da idade adulta. O brilho arrefecido onde supliquei pelas antigas manhãs.
E voltei a aperfeiçoar-me no centro das peregrinações. A viagem prossegue. Amaciando o clarão, onde metade de mim floresce e a outra metade adormece.
(28-11-2024)
30.11.24
EXERCÍCIO ALEGÓRICO À BELEZA
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Pintura. J. A. M. |
Longos dedos têm
o silêncio
nas muitas
palavras acordadas. Inventam
rios de peixes
completos na cor
estrelas austeras
como cardos
e das fontes por
onde bebemos
não a água, mas a
sede
chega-nos ao
rosto esse anónimo jardim
com sementes
sonhadoras ainda
em exercícios
geométricos e sonâmbulos
onde invisíveis
mãos já tocam extasiadas
uma repentina
beleza para os nossos olhos.
( J. A. M.)
15.11.24
O TRIÂNGULO DE OURO
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Pintura. J. A. M. |
o mundo atravessa-te o corpo a meio
e de ambos os lados
ficas nu.
para as incertezas serem tão grandes
e as mãos poderem tão pouco
tanta matéria com sinais.
entrega-lo aos olhos e dizer: como acontecesse o coração
no seu exato pensamento. Onde felizmente
há música na geometria dos astros
e um início de ouro a cada momento.
18.10.24
Deus viaje em nós
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Pintura. J. A. M. |
- Dizem: Deus viaja em nós perante o imenso espetáculo do desconhecido.
- O poeta pergunta, separa um a um os raios do sol interior que em si afoga.
E cercam os seus limites.
7.10.24
Não é fácil ser alto por dentro
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Pintura. J. A. M. |
E as pétalas rebentam libertadas por uma luz que transpira sombras.
E, igualmente me basta, porque cintila sempre um coração em arco, um halo de concha vidente, que obstinam os meus desejos de ser humano.
27.9.24
" Veritas lux mea "
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Pintura. J. A. M. |
Como uma borboleta perturbada á volta da lâmpada acesa.
da cega lâmpada no olhar da borboleta.
- Até onde nos sustenta a lucidez da luz?
( J. A. M.)
19.9.24
Um Poema na Escuridão
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Pinturas. J. A. M. |
os astros fulgurantes aceitam a luz silenciosa das raízes
do mundo
eu escuto
eu adormeço para um outro sonho
mais acordado
por onde se desvanecem todas as quimeras
que preencheram mais um dia.
11.9.24
( entretanto ama os teus amigos)
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Pintura. J. A. M. |
Da vagina das mães, prenúncio dos dons cósmicos, a inaudita descoberta
Eis a exatidão do que em nós também é. E esquecemos.
Dissimulados nos dons, somos sempre o desconhecido lugar da saída, com todas as portas abertas.
Uma cegueira enorme escuta o silêncio, depois do confirmado enredo da vida. Estamos aqui, a palavra repete-se: “aqui” e a onda desaparece nas areias dos nossos distraídos desertos.
Inalterável esta estória refugia-se mo corpo. É o corpo que enobrece a distância, é o corpo que abre as distâncias, é o corpo que se despede das distâncias.
E olhas á-volta e vês o que és.
6.9.24
Um Sopro Distraído
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Pintura. J. A. M. |
Na rua as pessoas passeiam-se devagar no meio do tempo. Saboreiam os encontros, param aqui e acolá, trocam poucas frases, poucos gestos, coisas simples, como um sorriso cúmplice na caminhada, já é Tanto!
Um pescador idoso, de boné ainda vermelho e corpo fechado, está esquecido ou estará a lembrar-se, a olharolhar o mar como se lesse um texto antigo.
Alguns barcos assinalam o horizonte e ampliam o céu.
(
J. A. M. – Gaibu. BR)
31.8.24
Exposição de Artes Visuais
30.8.24
SERES COMUNS
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SERES ESTRANHOS. Pintura. J. A. M. |
20.8.24
Quanto demora uma idade a ser luz?
As Janelas da minha alma. J. A. M. |
- Quanto demora uma idade a ser luz?
P.S. texto do Livro de Contos Lusófonos: O
OURO BREVE DOS DIAS.
( J. A. M.)
16.8.24
os jardins reinarão e no final haverá deuses
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Pintura. J. A. M. |
Solitário e caído como a chuva, quero erguer
as florestas ressoadas ao longe, o manso som
dos camelos no deserto, pela noite adiante
até que enfim, os jardins reinarão
E, no entanto, há um olhar derradeiro no fim das visões
tudo o que é felicidade começa e acaba por uma torrente
vou dizendo, vou tentando entrar pelo lado
mais surdo onde estás adormecido, morto de todo
e eis, o meu fiel cantar, a casa liberta, a estrela livre
o espírito aberto, e eis que aclamo: o teu sol total
a luz íntima e simples desse fim
onde já moras sem margens sem caminhos
sem paz nem alegrias
alternando as rosas e os espinhos
quando acordas. Quando?
Já não estás vivo, e ambos o sabemos, agora só imagens
por fora, só pontes rios e ecos enchem as cabeças
e depois?
Um dia destes partes para outra luz
cheia de escuridão negra, luz assim ressurgida
desde o princípio dos homens, desde o início da Terra
Vamos um dia destes unir os abismos da sabedoria?
Vamos ao silêncio dourado, vamos celebrar?
Vamos quebrar, a constante unanimidade das fontes secas?
15.8.24
Poesia ta liga nôs koraço
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Pintura. J. A. M. |
Um sopro morno aproxima o mar.
E as folhas das palmeiras afastam as nuvens.
21.7.24
Desisti da arte da cegueira
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Pintura: J. A. M. |
Porque afinal o olhar apenas vê os exílios cintilantes, os que decidem florescer pelo lado de fora.
Agora procuro escutar o dom dos desejos que veem das nascentes do coração.
Deixo nas palavras apenas um rasto como um refúgio que me apazigua.
19.7.24
"Monte Cara"
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Foto. J. A. M. |
e os sons frescos encaminham-me para o mar
onde vejo um pensativo rosto de pedra.
Feliz escureço, o olhar à procura
da lua, esse vaso de luz
onde uma das luas se deita
e então eu sou, a sombra pousada
dessa luz alheada.
(Cabo Verde. Ilha de São Vicente. Mindelo)
12.7.24
passeio a dois
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CAMINHOS. J. A. M. |
Caminhávamos com as mãos dadas e os rostos prolongados algures no fundo do silêncio de cada um.
De vez em quando, inesperadamente, olhávamo-nos e criavam-se pontes que pareciam surgir de outros mundos. Não havia palavras.
Depois tudo voltava a parecer normal.
Eram as paisagens que entravam em nós, e nós propriamente dito, apenas deambulávamos como dois espelhos transparentes.
3.7.24
O eco do "Grito"
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O eco do "Grito". Pintura. J. A. M. |
28.6.24
Como cidadão do Mundo estou muito feliz.( Julian Assange finalmente está livre)
16.6.24
Uma ciência que ainda é mistério
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Pintura. J. A. M. |
Uma ciência que ainda é mistério.
Fechadas as portas do sono, alguém escreve, enquanto não acorda do sonho que o embala na vida.
14.6.24
O Universo do Amor e o Universo do Medo
Pintura. J. A. M. |
Cada um com inúmeras portas e janelas e nomes encobertos e descobertos por onde se entra e sai e se volta a entrar e a sair.
Diariamente, luminosamente, noturnamente.
O círculo a levantar-se em espiral, ainda a sobrevivência do macaco nas demonstrações da luz ou a luz derramada em forma de cruz.
Tudo crenças.
Tudo inscrito, tudo escrito em todos os lados, dentro das cabeças, na água oceânica do interior dos corpos, nas paredes inventadas por fora e por dentro, nas alegrias e na dor.
- De que lado crescem os teus dias ?
3.6.24
Primavera
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PORTA de LUZ. Pintura: J. A. M. |
as flores em Maio dão-me para olhar.
25.5.24
ELIPSE PARA OS OLHOS
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Pintura. J. A. M. |
um ofício sem idade
dizendo os corpos em sobressalto
entre as coisas circulares da vida.
principia e acaba olhando o Mundo
pelas suas formas
e aí morre qualquer hábito
e a vastidão da Terra com sementes
à memória da vida
e das coisas que acontecem.
14.5.24
O Jogo
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Pintura. J. A. M. |
a seta incerta no coração da sorte
corpo tangente com um lado intocável
e por mais que os corpos se ousem
o desafio é sempre a veia inicial. O risco.
O acaso. A ilusória aparência de um encontro
sem testemunhas evidentes.
11.5.24
as cores dentro do fogo
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Pintura. J. A. M. |
Olho-te agora de
longe. O teu rosto enaltece a luz que desce entre os muitos ramos das enormes
árvores à-volta e ao mesmo tempo é uma luz que sai de dentro de ti. Com um
sorriso leve reflexo de um pássaro suave que vai voando. Entre ti e o momento,
entre ti e a minha discreta doação ao que no fundo sinto seres, recordei agora
esse momento fugaz entre o marulhar dos pequenos peixes na água do rio e os
teus pés à beira descalços e acesos no meio da fogueira que agora me apetece imaginar.(...)
( J. A. M. )
25.4.24
Um barco desliza nas águas ao de leve sonoras
O meu Barco. A viagem. ( Pintura. J. A. M.) |
Enquanto a noite desce como um lençol suavemente escuro
apagando o rio, que era azul
e agora já é um espelho prateado deitado sob a lua.
Alongado pela vastidão que se recolhe nos olhos
Olho-te de novo, e tu olhas-me assim:
tão perto e tão longe, no fundo de mim, que me deixas mais nu.
Eu sei:
és aquela que me chama do fundo das águas
que agora nos unem.
Eu sou aquele que apenas procura
e te entrega o silêncio inteiro das minhas duas mãos nas tuas.
Pois, no fim desta escuridão
somos sempre sozinhos.
A partir de agora, entre nós
não haverá mais segredos.