José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

26.8.10

e derepente pensei....

- Foto de J.A.M. - 25-Agosto-2010 -



e derepente, alguém em mim alertou-me, soprando-me ao 3º ouvido:

como tudo é tão frágil neste Mundo



(j.a.m.)

25.8.10

coisas simples & divinas p.f. / things simple & divine, please

- Imagem Construída. J.A.M. -

msg

- Imagem Construída. J.A.M. -

encontro assinado nas águas dos tempos que passam

- Imagem Construída. J.A.M. -

houve 1 encontro se bem me lembro no rio de ouro, eteceteras


- Imagem Construída. J.A.M. -






+ ou - em fila indiana muito desorganizada pelos lados vão por ali umas gaivotas deslizando sobre o rio douro levadas levadas sim ao sabor da corrente que aproveitam naturalmente como só elas sabem e de vez em quando, uma ou outra levanta-se em voo curto nas alturas, debica rápido algo na água imagino que é 1 peixinho desarmado e ainda por cima, ou melhor, por baixo da água: distraído, e a gaivota estremece muitomuito as asas brevemente para se equilibrar e lá prossegue....


Só : turistas de cá & de acolás a atirarem fotos é o habitual cenário nestas paragens e depois - estou a vê-los ! - chegam ao fim das férias e lá em casa com os amigos há mais histórias do que realmente aconteceram, mas é assim a vidinha koitados, sabe lá Deus o inferno que eles aguentam nos outros 11 meses propriamente dito & agora é mas é tempo para esquecer MAS



"ela" já está atrasada pois o Sol foi o pretexto imediato do encontro e vejo que já se está a findar definitivamente, mas: visto atentamente deste lado o Porto tem demasiados carros há coisas, como todo o mundo sabe, que se vêem melhor com a distância.

O fado preguiçoso que ouço nesta esplanada sobranceiro ao rio onde já houve ouro a navegar oubi dizer, é um choro de amor com um não-sei-quê de sentimento quiçá tenha sido algo verdadeiro pelos inícios, mas ao escutá-lo atentamente até acho que não.


Marketings para inglês ver... agora tb há espanhóis, franceses, nórdicos, tantas divisas a entrarem no país.... Para os bolsos de quem, no fim das contas feitas ?




há ainda o fado e as outras "artes" por aí...os comércios imperiais desta época, ...enFIM!


(Money, money,money, money, I end up feeling with feathers )



(Agosto. 2010)

regressei ao restaurante da rosa



já há uns bons tempos que não ia a um restaurante chinês sei-lá-porquê,e então hoje deu-me para ir parar ao Restaurante da Rosa, mas afinal a Rosa andava por outros jardins...
Fui imediatamente recebido por uma chinesinha nova lá no sítio que me abriu o espaço com uma simpatia que me surpreendeu. "O restaurante já teve melhores dias," pensei eu cá para com os meus botões.
Sentei-me,é claro retribuindo a simpatia da menina com um sorriso q.b., mas até sincero lá no fundo, apesar das dúvidas anteriormente implícitas. comi algo que até estava comestível, com o complemento directo de 1 vinho branco fresco demais e para enlaçar a coisa,: café & saqué de rosas.

Estava tudo bem, nos intervalos olhava à-volta para aquelas pinturas como quem ainda tem a vã esperança de descobrir algo de novo naquilo e pronto.

Entretanto ponho-me a observar a empregada chinesinha, comedidamente, é Claro (aliás, nem por isso pois a luz não era assim tanta como isso), elegante, fininha, jovem de rabo de cavalo e tentei adivinhar-lhe algo de dentro dela mesmo, para além da manifesta simpatia demonstrada, até há data, interpretada por mim desde o início, como algo de forçadamente elaborado devido às suas circunstâncias, legítimas sem quaisquer dúvidas da minha parte em relação aos naturais mecanismos humanos das sobrevivências.
Não estava a ser fácil, chegar a outros portos... a pikena estava por aqui há 1 ano, respondeu-me, já arranha o português do cardápio e acho que pouco mais & continua a sorrir enquanto lhe falo , mas
com este pessoal nunca tenho certeza alguma. eu olho-a nos olhos e ela "espreita-me".

Consegui há pouca entabular uma mini-conversa com a outra matrona-chinesa que acudiu a uma repentina excursão de clientes. Disse-lhe que era um antigo cliente da casa, perguntei-lhe onde parava a Rosa e ela disse algo de Avero e preparei-a psicologicamente para me oferecer, por decisão própria se possível, o 2º saqué de rosas, que afinal ! depois lá viria aparecer mas ainda a seu tempo, o que no tempo da Rosa era trigo limpo, koisa certa.
Itálico
A outra chinesinha, dava-se em contas destes diálogos, ao longe descansada pelo balcão, - enquanto podia - e olhando-me ou espreitando-me ou já não sei bem. Tudo é sempre tão subjectivo, não é?

Bá-lá, a música? suave & calma. obrigava o grosso do maralhal ali presente (que comemoravam juntos algo importante para eles, mas que eu só entendi não ser um tal de aniversário) a não falarem Alto, graças a Deus, o que eu agradeci muda e convictamente ,com toda a fé deste e do outro mundo, aos músicos chineses, aos deuses chineses e portugueses e a tudo o que podia ter contribuído para tal.

Pedi conta, que remédio ainda com esperanças no que é sempre provável acontecer-me, e o tal saqué de borla Lá Surgiu, En fim, vale mais tarde do que never and never, e rejubilei saborosamente ter reavido um privilégio.
Fiquei com a ligeira e mui passageira impressão, que a chinesa-matrona apenas me obedeceu, o que perante os relatos citados anteriormente, não é facto que me tenha preo cupado mais que o tempo de foguear 1 cigarro já em plena rua coberta pela noite e algumas estrelas.



(agosto-2010)

Cem Título(s) - untitled

- Imagem Construída. J.A.M. -



" O amor é um rio onde as águas de dois rios se misturam sem se confundir"

(Jacques Bossuet)

23.8.10

4ª pedaço de mim. Para 1 livro que há-.de ser se fôr




(...) hoje passeando-me aolongo da praia até a um lugar que fixei longe no início do exercício e onde cheguei cumprindo uma promessa que fiz tacitamente com o meu corpo, então os meus eus & ele lá fomos todos e voltámos, mas nos entretantos
que me foram acontecendo, houve uma silhueta de mulher muito bem desenhada à minha frente, passeando-se também, de onde se destacava de um modo espantosamente evidente, uma bunda bamboleando-se num ritmo mt bem balanceado. Mas que linda bunda, depois de uma cintura estreita (que me pareceu alheia a tal facto) e ali ia ela - a bunda, claro - tão viva realmente tão cheia de personalidade própria.

"a Beleza derrota-me", desabafo às vezes entre amigos do peito e ali fui, atrás daquela bundinha, mas no meu ritmo passeante, desde o início imposto por um dos meus eus ao meu dito corpo. Ao aproximar-me, o que aconteceu após milhares de miradas e inconsequentes pensamentos, voltei a desenhar-lhe os contornos desde a mancha de cabelos presos lá no alto, passando pelos ombros e depois desci pelos braços que remavam cada um no seu equilíbrio, depois kaí ! num gesto + rápido, pelas linhas quase paralelas marginais das costas, onde estanquei o incêndio no olhar para, continuar a ver com os olhos mais iluminados pelo meu sol de dentro e o nosso comum sol de fora, aquele mundozinho mui único daquela bunda e por aky já ia aos pormenores, as duas linhas uma de cada lado que re+matavam os 2 volumes redondinhos e depois só para ter uma noção mais completa da totalidade, acabava por desenhar-lhe de uma só penada, ambas as pernas que encaminhavam a obra.

Quando a ultrapassei, dentro do meu constante ritmo próprio, depois de um outro dos meus eus ter convencido um dos meus eus anteriores que esteve na chefia por momentos, de que não se deve mesmo ser escravo de nada, mesmo que esse nada seja a Beleza

- quando surgiu o momento de a deixar para trás, dizia eu, aparece-me um outro de mim a tentar abrir-se às vibrações, aos possíveis aromas astrais daquele corpo, diria agora : daquele ser humano que me tinha arrancado um bom pedaço do tempo da minha vida e me tornara demasiado exclusivodimais para quem gosta como eu, no geral dos meus eus (onde parece-me já haver uma certa unidade) de absorver-me em muitas coisas com a concentração centrada nas próprias e ir saltando daqui para acolá, quando não me dá mesmo para dançar entre essas coisas & loisas do Mundo.
E, afinal muito francamente cheirou-me a nada.

Mas.
Tudo vale a pena, quando há uma bunda destas à mão de semear dos nossos 2 olhos mortais que 1 dia destes a terra há-de comer (...)

(Agosto-2010)

porque eu axo ke as coisas mesmo BELAS, não cansam

as koisas mesmo Belas, não cansam

barco quase negro

- Rio Preguiças. Maranhão. Brasil. Foto de j.A.M. -

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22.8.10

Labirintho & Poesia

- O meu amigo José Carlos Tinoco a "dar cartas" nas Poesias. 19-08.10 - Foto de J.A.M. -



- o meu amigo pintor António Domingos "empurrado-suavemente" para o palco, esteve Bem! Foto de J.A.M. -

- Imagem Construída. J.A.M. -


O Velho e a Águia

Um velho encontrou uma águia que havia sido capturada. Admirado com a sua beleza, soltou-a, devolvendo-lhe a liberdade. Ela não mostrou ingratidão, pois, vendo o velho recostado a um muro prestes a ruir, voou e pegou com as garras o manto que cingia a sua cabeça.

O velho, então, levantou-se para a perseguir, e a águia deixou cair o pano. Imediatamente o velho pegou no seu pano e voltou ao lugar onde estivera sentado.
Surpreendido, viu que o muro tinha caído e ficou admirado com a retribuição da águia.



Moral da estória: o bem que fizeres, ser-te-á devolvido.

(autor anónimo)


MANDE AVISAR (Gabriel, O Pensador)

20.8.10

eu ká não gosto de andar pendurado nos outros: Mas, Camões é Camões, porra!




"Quem vê, Senhora, claro e manifesto

o lindo ser de vossos olhos belos
se não perder a vista só em vê-los
já não paga o que deve a vosso gesto.

Este me parecia preço honesto;
mas eu, por de vantagem merecê-los,
dei mais a vida e alma por querê-los,
donde já não fica mais do resto.

Assi que a vida e alma e esperança
e tudo quanto tenho, tudo é vosso,
e o proveito disso eu só o levo.

Porque é tamanha bem-aventurança
o dar-vos quanto tenho e quanto posso
que, quanto mais vos pago, mais vos devo."



(in, Poesia Lírica. Luís de Camões)

coisas simples p.f.


- Foto de J.A.M./ Agosto.2010 -

Sol di Manhã (Paulino Vieira)

béu-béu-catrapéu-pardais-à-sombra


- Foto. J.A.M. -

3ª Pedaço de mim. Para 1 Livro que há-de ser se fôr



(...) Porque nos cai agora o azul sobre as cabeças? É o hábito das visões.
Lembro como um barco balouçava doucement-doucement , como quem nem dá por isso, nos águas aluados do Rio Preguiças no Brasil. Com uma lamparina acordada no convés, onde alguém escrevia as suas coisas da vida de todos.
E agora, o barco já acordado no dia seguinte, descia preguiçadamente entre as duas margens de florestas e tudo eram verdesviajantes até à sua foz em Caburé, onde soube de um milagre: alguém aparecia à noite cavalgando um cavalo branco e esbelto sobre as águas do rio e era mulher diziam alguns outros, não sei mas gostaria de saber, pensei eu, e então fiquei por ali para ver a história e tudo aconteceu assim. Em silêncio:
De rompante, numa incerteza da escuridão, apareceu a imagem em fuga mesmo ali à frente dos nossos narizes, e deixou uma brisa de espanto calado sobre quem olhava e depois, realmente maisnada. Todo o mundo se olhou, estranhadamente. Ninguém falou.(...)

19.8.10

Também há a: Porta Transparente

- Foto de J.A.M.- algures na Tunísia -

A Porta Fechada Mas é da Cor -de- Laranjas Vivas

- Foto de J.A.M. -

2º Pedaço de mim. Para 1 Livro que há-de Ser se fôr.




(...) a gente vai sabendo as coisas para as esquecer e aprender a saber outras coisas. Amparamo-nos nisto & naquilo ao sabor dos gostos e desgostos que o coração nos vai dando. Tudo é sempre primeiro uma questão de gostos, nestas abordagens aos conhecimentos. Depois, aparece a cabeça para se alimentar, arquitecturar, justificar, demonstrar, tantas vezes, com vazios & venenos perfeitamente escusados, aos tais sopros originais.


- Alguém passeia-se sozinho algures por caminhos e paisagens, onde há pedras pelo chão e acontece-lhe curvar-se de repente, por algo que o chama sem dar-bem-por-isso e há um diamante entre as suas mãos, o olhar turvo pelo brilho demasiado naquele instante mediático que também o sol , atento a tudo onde há vida, lhe oferece e depois?


Há quem logo veja ali o diamante, há quem não dê conta do vislumbre que lhe aconteceu e continue apegado aos seus hábitos, atirando o pequeno calhau para as águas do rio que desliza por ali, no seu acasa e indiferente a tudo isto.
Os hábitos escravizam-nos tornam-nos cegos.

Todos os dias acontecem coisas assim parecem banais porque são diárias, mas não o são, não.
Nada é banal nesta vida que nos está acontecendo. (...)


(J.A.M. - Agosto-2010)

18.8.10

is a long way

- Foto trabalhada. J.A.M. -

1º pedaço de mim . 1 Livro que talvez há-de Ser se fôr.





(...) a despropósito, digo há anos entre os amigos do peito, quando me apetece falar: "a beleza derrota-me". Na escala dos exemplos, eles sabem, tanto falo de uma flor como de uma bela mulher.
Na realidade é a única coisa na Vida, que me pode tornar escravo por pura e consciente vontade própria.
No inicio destas circunstancias, andei desalmadamente a ler resmas de livros, à procura de uma resposta, filosofias, psicologias, escritas esotéricas, poetas - Mas...
Os mais fora e dentro do assunto faziam perguntas como eu.
Não há respostas.
Há morais, religiões, e os outros eteceteras que amparam os desassossegos humanos.
O caminho de cada é criado por cada um (....)


(Gaia-17/18-08-2010)

24.7.10


"Minhas palavras não são ditas, na realidade, para expressar algo, mas para
indicar o inexprimível."

(Osho)

- "acho que entrei numa flor". Imagem Construída.J.A.M. -

23.7.10

- Imagem Construída. J.A.M. -

momento fora



o dia de amanhã é o que está mais perto de tudo. O
agora ,estanca, parte-se, abre-se como um fruto a seu tempo, para que o tempo seja outro e haja uma viajem à-volta.
Regressarei.
Entretanto: vi tribos e tribos, muitos nomes e culturas, deixei-me atravessar por N mundos diferentes, vi o geral e o particular nos pormenores e em nenhum lugar fui estrangeiro.
- Há em tudo algo de nós.


(Julho-2010)

20.7.10

- Imagem Construída. J.A.M. -

Momento Tríptico



mais uma vez: a imagem de um barco a deslizar sobre as águas de um rio que continua pousado no seu sono vivo entranhado por dentro.

E eu sou o barco e aquele que o vislumbra sentado numa varanda na margem do rio, a fumar um cachimbo que se prolonga em sinais, e com o olhar inteiramente debruçado sob a aparência de um esquecimento.
É neste nó ou laço que vacilo, quando há tempestades de vozes no meio dos dias e tudo é alvoroçado a começar por dentro.
Outras vezes, lembro a infância, as pequenas histórias já afundadas nos confins da memória e algo se ergue diante mim e diz-me em silêncio o que não serve a ninguém.
Para cada um há 1 só caminho.
Porque, cada um de nós é o seu rio e o seu barco e alguém que os olha.


(Julho-2010)

18.7.10

dos círculos

- Imagem Construída. J.A.M. -

uma imagem com muitas palavras (3ª dose)




(...)Outra mulher deitada com um ar de sofá cómodo e a olhar abertamente para quem a vê. Nada tem a perder.

Mas, para quem a olha demorosamente, há no seu olhar algo de enigma que não é criado para o momento e é o que fica.
Ligando-a realmente à vida.
Repousa
ali inteira no seu corpo, mas o seu ser humano é longe e é sempre mais.


(Julho-2010)

15.7.10

um céu a perder de vista

- Imagem Construída. J.A.M. -

imagem com muitas palavras (2ª dose)




(...) Esta é uma outra mulher, mais madura que exalta o seu corpo com um propósito evidente.

Por detrás dela, há um pano de tenda com formas e cores aliciantes e escuras. - Serão as suas memórias?
O seu espírito torna-se mais branco, na evidência da luz diurna que cai sobre ela.




(Julho-2010)

altar-eco

- Imagem Construída. J.A.M. -

imagem com muitas palavras (1ª dose)



Uma mulher contra um muro. Encostada ao de leve, como quem ampara algo sem nome e prende à sua frente a sombra que a desafia.

Olhando para o chão. Um lugar que não se vê, porque é evidente espelhado nos olhos, que este ser consente no rosto inclinado.
Será o subterrâneo medo de estar viva ou o seu natural segredo de ser mulher, exposto a este mundo assim?



(Julho-2010)

7.7.10

A Poesia



Entre o alimento vermelho da carne sorumbática

uma veia de ouro única: poesia.

É preciso encarnar o corpo anónimo
saber estar atento
para quando o excesso do ouro
cega as flores à superfície.

Aliciadas pelo perfume as mãos impacientes
recolhem sob a cegueira o brilho primeiro
e expõem à vida a escura transparência de uma voz
transbordada pelas imensuráveis dimensões evocativas
o corpo, o Mundo, os Universos
e os restos de poeira sobre a epiderme das coisas.



(in, O Triângulo de Ouro", Ed. Justiça e Paz.1988)

6.7.10

Homenagem Pessoal


"Matilde Rosa Araújo, que hoje morreu em Lisboa, aos 89 anos, será lembrada como um nome decisivo da literatura infanto-juvenil portuguesa da segunda metade do século XX. Mas essa foi apenas uma das dimensões de uma vida da qual se pode dizer, que foi inteiramente dedicada às crianças. Enquanto escritora, mas também como professora, pedagoga e activista militante de instituições como a Unicef ou Instituto de Apoio à Criança."


Era Verão.Estávamos no mês não-sei-quê do ano de 1988, salvo erro.Desci a Lisboa ( com um bom grupo de amigos)para receber da Associação Portuguesa de Escritores o Prémio Revelação de Poesia,-1987, pelo conjunto de poemas intitulados" O Triângulo de Ouro".

Dos elementos do júri, salientaram o Poeta/Escritor António Ramos Rosa. O J.O. Travanca-Rego fez o discurso que caiu bem naquelas circunstâncias. Eu estava ali, entalado entre o orgulho ( simulado) de ter sido o "eleito" e a premente necessidade de ter 1 cheque nas mãos para pagar as despesas à cambada que tinha trazido comigo.

No fim daquilo, houve uma Sr.a, bem sénior, que se dirigiu a mim, em passos lentos medidos pela idade e me estendeu a mão direita dizendo apenas: "parabéns!"

Eu agradeci, claro, e lembro-me de ver nos olhos daquele ser humano, uma sinceridade e uma generosidade, muito muito raras.


Só muito mais tarde soube que se tratava da Escritora Matilde Rosa Araújo.


Que as rosas sejam brancas e leves no seu novo mundo!




P.S.(Outros vieram falar-me de editoras, negócios & outras trapalhadas, mas eu não estava preparado para aquilo).




(Gaia.06-07-2010)


2.7.10

obscuramente a visão encalha

- Foto. J.A.M. -


Um dia destes restarão os prodígios
a maturidade do destino aberto em flor
branca, branca será a demonstração
e eu falo como alguém sem provas
caminhando ao longo da sua intuição
e dos seus silêncio acordados.


A vossa vida está cheia de dores
e de milagres por cumprir
e no entanto, o vosso sono não me espanta
pois já dormi convicto do contrário.
Mas, agora há novas luzes por aqui
que sacodem as manhãs agitadas
dos vossos corações impacientes.

Há em tudo isto, um espanto
ou pelo menos, um indício de estranheza
algo que é duplo em vós, embora longe
algo já ressoa no vosso fundo desatento
e, no entanto - digo eu - o que dizer?
se só escuto o sentir uníssono
deste universo onde me transformo.


(5.Agosto.2009.Transformado em Julho-2010)