José Alberto Mar. Com tecnologia do Blogger.

7.9.10

6º pedaço de mim: Para 1 livro que há-de ser se fôr




(...) por exemplo, o que é + belo ou nem por isso?... comparas-te. Igualas-te. Você anda a competir, com Kem?
És do rebanho, por conseguinte você é estruturalmente infeliz, meu c(l)aro. Pois se cada um de nós, só dá o que tem, está a ver a situação entre si & as suas circunstâncias e as dos outros ? Também desgasta-se muito tempo a matutar, naquilo que os outros pensam ou irão pensar de si, pois.


Mas, deixemo-nos destas abordagens murais assim, à 1ª vista incómodas para quem eventualmente se começa a sentir agora 1 tanto abalado tal & coisa, e aproveito para lhe dizer (mui francamente ká entre nós, que ninguém nos está a ouvir) já não me canso por esses caminhos, porque
sei como tudo é maior



Houve uma vez que
atravessei uma ponte frágil e estava realmente sozinho, lembro-me muito bem.

Houve outra vez, que atravessei a mesma ponte e já éramos vários, e a ponte - propriamente dita - não desfaleceu pelas leis da gravidade, faço-me entender?

E havia lá em baixo 1 rio, para onde os nossos olhares iam escorrendo sobre as pedras paradas e outras já molhadas e as várias margens como se escolhessem um lugar amparado para se aclararem e quiçá, protegerem-se, perante os demasiados altos muros deste Mundo, que se vão esmorecendo, assim o espero agindo, o seu peso - direi agora - mas... será esta a palavra mesmo certa? (...)



(Set. 2010)

4 comentários:

  1. os poetas por x têm destas coisas... escrevem só para eles ,e eu como o + comum dos mortais tenho alguma dificuldade de os entender ....
    ..."coisas simples,pf/simple thing,,

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  2. olá "Anónimo":

    1º agradeço sua msg, e tenho por habito postar Todas as que enviam, anónimas ou não, pouco me ralo.

    2º entendo que não entenda o que escrevi. Eu tb não entendo tanta coisa... (entretanto já fui alterando o texto - o que acontece N vezes - e talvez agora ao revê-lo, o entenda melhor).

    3º Só não estamos de acordo numa observação que faz: "os poetas(...) escrevem só para eles"
    Direi, em síntese, que os "Poetas" também escrevem para eles, mas - Sobretudo para os Outros -.
    Mais uma vez, os "Poetas" (que prescindem, ou melhor, que não andam essencialmente & desalmadamente à procura das famas, dos prestígios, dos poderes dos dinheiros & dos outros,essas tretas, escrevem efectivamente para Partilharem com os Outros.

    trata-se de uma opinião pessoal, claro

    j.a.m.

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  3. ...eu disse pr x e não sempre . essa é a minha opinião de leitor.
    agradeço as suas respostas .
    Maria

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  4. Gostaria de acrescentar 1 quarto ponto (atrevimento meu?!) aos seus três pontos contra-argumentativos ao comentário feito, por Alguém, a respeito de “6º pedaço de mim: Para um livro que há-de ser se fôr”.
    Esta minha “rebeldia” talvez seja – quem sabe? – algo que aquele primeiro comentário aí expresso me exige: de me “defender”, como leitora…
    Incomoda-o, a si, que acrescente algo? Se isso não o incomodar, continuaria:
    Como diz no seu ponto 2º, eu também não entendo tanta – e tanta – e tanta coisa… Mas pressinto – é minha convicção sincera – que, tal como refere no seu ponto 3º, os Poetas, digo os Poetas Verdadeiros, não escrevem unicamente para si próprios (naturalmente que escreverão, e com toda a sua legitimidade, também para eles mesmos, retirando disso naturais e legítimos Prazeres e, até – quantas vezes? –, algum Sofrimento).
    O acto da escrita, tendo por suporte a palavra, pressupõe, por definição, algo de muito humano: a necessidade de comunicar. De comunicar a seu modo. E com os seus próprios meios – neste caso, a palavra escrita; e também, incluiria aqui, o estilo próprio de cada um.
    Escrever somente para si próprio corresponderia a uma atitude a que eu chamaria, sem querer ofender alguém, de modo algum, “atitude egocêntrica” – anulação do sentido da escrita…
    Na minha perspectiva, aquela atitude não faz parte do carácter do Poeta Autêntico. Este escreve “Sobretudo para os Outros”, como tão bem afirma, no ponto 3º do seu comentário.
    Creio bem que a “libertação da palavra”, através da escrita, seja uma necessidade íntima, natural, que emerge do “Interior Emocional” da Pessoa-Poeta pelo seu modo sensível como olha as “coisas” do Mundo.
    Poderá ser, provavelmente, um modo próprio, de uma Pessoa Sensível, “se soltar” e de “se dar” – uma forma genuína e trabalhosa de comunicar com os Outros… Sim, falo de trabalho, pois, posso (é possível) imaginar o trabalho moroso (e amoroso!) que dará escrever um poema ou, simplesmente, um texto poético.
    Na verdade, e na minha modesta opinião, “6º pedaço de mim: Para um livro que há-de ser se fôr” não será um poema – não terá essa configuração conceptual, suponho. Mas é seguramente um texto com grande “riqueza poética”.
    Tem “alma”.
    Um estilo criativo e, provavelmente, não habitual – é certo –, próprio do autor (suportado pelo direito que qualquer autor tem de usar o seu próprio estilo, em que se sente confortável).
    Um estilo que nos questiona – olhos nos olhos. E nos abre a porta para que possamos “descobrir segredos” (seus, do autor, enquanto texto/ nossos, enquanto leitor, que induzido pelo texto, também se lê a si próprio) – refiro-me a ideias ou ideários ou emoções ou variadas sensações perante a Vida… gerando infinitas leituras… e múltiplos prazeres… e também – será bom não esquecer – a inquietação…
    Um texto que saiba seduzir o leitor – porque encanta, porque inquieta – suscitará naturalmente, nele (leitor), o desejo de o “possuir”… ficando o leitor, por outro lado, livremente (repito: livremente) seu “refém” (do texto).
    E eu fiquei, espontaneamente e por todo o tempo que eu livremente quis, refém do texto de que estamos a falar:

    E desejei “dialogar” “olhos nos olhos” com o texto…
    E desejei – tanto! – estar naquela ponte com “vários”. Enquanto me deixei livremente emocionar, quando “os nossos olhares iam escorregando sobre as pedras paradas” daquele rio…

    Peço desculpa, j.a.m. – a "conversa" já vai longa. Terminarei, então:
    4º Ponto: O leitor é livre de se tornar ou não “refém” de um dado texto. E, se o ficar, será enquanto livremente o desejar (como ser pensante, que é; e pessoa livre, que também é).
    Se o texto não “lhe toca”, será livre de o abandonar, de imediato – mas, desejavelmente, sem culpabilizar ninguém (nem a si, nem ao autor). Podendo, com certeza e no entanto, “exarar”, com a toda a sua Justeza e Legitimidade, a sua boa opinião crítica – Boa Opinião Crítica, repito.

    Apenas mais duas notas:
    Primeira. Em todas a minhas considerações, tive em mente très dimensões, que quis articular, Autor-Honestidade Intelectual-Leitor(...)

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