hoje levantei-me bem comigo & a vida, comi manga, papaia e cana de açúcar que o meu quintal me ofereceu com uma claridade de sol já esclarecido nas coisas do mundo. Também bebi água logo nas aberturas do dia e é água fresca e leve que vem dos lados do convento de São Francisco, do séc. 17, eles lá sabiam as melhores fontes das coisas essenciais na vida.
Nesta varanda virada para a Sidády Vêlha, com o mar ao fundo de onde me acolhem imagens & imagens sem fim e um barulho de ondas fortemente contra as pedras negras da praia, onde todos os dias me banho ao fim da tarde até ver o círculo solar cheio de luz e cores e vice-versos e tudo à-volta a tombar docement até + não , porque já é demasiado para um ser humano só e já são horas de ir jantar.
Acabei agora de regar as minhas plantas, saudar as flores que me ajudam tacitamente a ser feliz, tocar ao de leve as folhas da palmeira aqui ao lado, são pequenos gestos aparentemente distraídos entre pessoas que já são amigas.
A minha amiga borboleta, que me visitou logo no 1º dia, volta todos os santos dias, enquanto estou acordar-me nestas pequenas tarefas. Um dia destes, veio poisar na minha mão mas só ao fim do coração da manga bem chupada, pois para quem nunca esteve nestas bandas africanas, talvez ainda não saiba que as mangas não se "comem" propriamente,,,depois das primeiras dentadas na casca amarelaesverdeada, chupam-se demoradamente até à última gota de sumo cor da respectiva manga, ao nível paciente de quem está na situação .
Ah! eu e a minha amiga borboleta, 2 pétalas brancas, uma de cada lado, onde pontuam vários círculos negros distribuídos à toa, falámos abertamente dentro dos nossos silêncios amadurecidos. Depois disse-me que ia vadiar pela mata partilhar alegria e liberdade com outros e foi-se, feliz desclaradamente, remando as suas muitas asas frágeis ao sabor das curvas da aragem e, pronto,,,,,,,
Voltei ajustar a tanga à cintura (um dia destes tenho que arranjar uma tanga a sério, talvez de pano de terra, logo se vê), incendiei 1 cigarro, pernas desleixadamente entregues à varanda que até é azul, costas contra o mundo dos "makakóides" e quejantes...
mar e mar,
&
regressar.
(Sidáde Vêlha. Casa do Sr. Embaixador de São Tomé e Príncipe.Bem-Hajas, Almeida!. Cabo Verde. Agosto.2008)
gostei do relato... sobretudo do ir e regressar.
ResponderEliminarFelicidades